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  • Sem Filtro, Sarah Frier

    Adoro histórias de bastidores sobre startups, da visão dos founders até o produto que acabamos conhecendo (passando por muitas iterações e “perrengues” no meio do caminho). SEM FILTRO, da jornalista Sarah Frier, traz tudo isso - e muito mais. O livro narra a história do Instagram, provavelmente o app que teve maior impacto na sociedade nos últimos dez anos.   O sucesso inicial do Instagram veio da combinação de timing perfeito (ele nasceu quase junto com a popularização de smartphones com câmeras) com a simplicidade do app e o foco constante na experiência do usuário. Tudo isso foi potencializado após a compra (precoce?) pelo Facebook, que possibilitou anos de crescimento sem receita, seguindo a tese de Zuckerberg, de que “a geração de receita deve vir apenas depois que a rede tiver poder de permanência”. A autora então conta os bastidores de como, com o capital para crescer, vieram também os interesses e as pressões políticas e culturais, a falta de autonomia e - eventualmente - a saída dos founders, pouco depois de atingirem o marco de 1 bilhão de usuários.  Mas o ponto mais interessante do livro, sem dúvida, é o impacto do aplicativo na sociedade.  O Instagram desafiou nossos conceitos de mídia e celebridade; criou uma nova economia de influenciadores; redefiniu o que admiramos (e compartilhamos) como estilo de vida; deformou a nossa percepção da realidade, através de filtros e métricas e das pequenas doses de dopamina a cada “like” ou novo seguidor.  “Sem Filtro” é uma leitura obrigatória para quem quer entender a história de uma das redes sociais mais influentes, as complexidades de uma grande aquisição e os impactos sociais que surgem quando tecnologia muda tão profundamente o comportamento da sociedade.  PS: E já que falamos do assunto, me segue lá no @livronomia_.  PS2: Aproveita que o livro está em promoção na Black antecipada da Amazon: https://amzn.to/3CmOAC9

  • Sobre Ter Certeza, Robert A. Burton

    Você tem certeza? Quantas vezes respondemos que sim a essa pergunta - e depois nos surpreendemos por estarmos errados? Afinal, você sabe o que é ter certeza?  No livro “Sobre Ter Certeza”, Robert A. Burton, investiga os processos neurológicos por trás da sensação de certeza, e desafia a nossa crença de que a convicção é necessariamente fruto da razão e da lógica. Segundo o autor, a sensação de certeza é uma emoção, uma sensação gerada pelo cérebro. Ele compara a certeza a outras emoções ou sensações, como fome ou medo — algo que está fora do nosso controle. Burton explica que diferentes regiões cerebrais, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, trabalham em conjunto para gerar a sensação de convicção. Ela vem, assim, de circuitos neurológicos que envolvem “camadas mais profundas” do inconsciente - onde o pensamento não é necessariamente racional e pautado em evidências.    Talvez seja justamente por isso que temos tanta dificuldade em mudar de opinião - ou convencer alguém a mudar de opinião com argumentos puramente racionais em cima de temas polarizastes como política e religião.  A lição do livro (eu acho) é que precisamos nos acostumar com a ideia de que não ter certeza é parte fundamental da condição humana.  Em vez de buscarmos a certeza a qualquer custo, devemos aceitar a complexidade e o questionamento contínuo, entendendo que a certeza também pode ser uma ilusão ou um ponto de vista - e que reconhecer a incerteza pode nos tornar mais empáticos. Com certeza (rs), esse foi o livro mais difícil que li esse ano. Além da linguagem bastante acadêmica, o próprio autor, ao sugerir a sua tese sobre a certeza, afirma não ter certeza se ela está certa… Não vou dizer que não recomendo a leitura - mas (com certeza!) é um livro para quem já estuda neurociências ou tem algum conhecimento mais profundo em psicologia.  Link: https://amzn.to/48hrskv

  • Indistraível, Nir Eyal

    Comecei o Indistraível , de Nir Eyal, esperando um “manual” de dicas de como fugir das distrações que temos o tempo todo disponíveis no celular.  Afinal, o autor escreveu também Hooked , o best-seller que ensina todos os hacks e truques psicológicos para deixar as pessoas mais engajadas - e viciadas - em games e aplicativos. Quem melhor que o autor da receita para dar o antídoto?  De fato, o livro traz dicas práticas de como lidar com os gatilhos externos que interrompem nossa concentração e nos mantém constantemente distraídos. Por exemplo, limitar o tempo de acesso a redes sociais, desativar as notificações e colocar o celular em modo “não perturbe”. Mas o livro surpreende na forma com que trata dos “gatilhos internos” - os sentimentos de tédio, estresse ou ansiedade, que nos fazem querer fugir da realidade e buscar uma distração.  Segundo o autor, o desejo de aliviar o desconforto é a causa de todo comportamento. Nosso cérebro evoluiu para permanecer em estado de constante insatisfação - evitamos o tédio, lembramos mais dos momentos ruins do que dos bons, temos uma tendência a ruminar as experiências passadas e - quando finalmente estamos satisfeitos com alguma coisa - vem a tal “adaptação hedônica” e voltamos aos nosso nível inicial de satisfação.  Essa nossa caraterística, claro, foi responsável pela evolução da nossa espécie - ela nos levava a caçar ou buscar novas formas de sobreviver.    Já hoje, com as nossas necessidades básicas bem atendidas, essa insatisfação nos leva a buscar mais a mais distrações, qualquer coisa que nos tire desse desconforto. A solução do autor? Lidar com as distrações de dentro para fora.  Com técnicas como “terapia de aceitação e compromisso” (ACT, em inglês), aprender a perceber os gatilhos internos, as sensações e emoções, e observar em vez de reagir. E assim, retomar o controle da nossa atenção e de como usamos o nosso tempo.     Talvez o autor coloque responsabilidade demais nas nossas mãos? Talvez. Mas a leitura (desde que com o celular em modo avião) já é um passo na direção certa. Link: https://amzn.to/4fjt8wa

  • Supercomunicadores, Charles Duhigg

    Sabe aquele livro que você não consegue largar até terminar? Comprei Supercommunicators, de Charles Duhigg, com a expectativa bem alta, porque amei “O Poder do Hábito”, do mesmo autor. E não me decepcionei.  O grande diferencial do livro é que ele vai além de outros tantos títulos sobre o assunto, que focam apenas na escuta ativa.  Sim, ele fala que precisamos demonstrar que estamos realmente envolvidos na conversa, acenando com a cabeça, mantendo contato visual, parafraseando, fazendo perguntas abertas (aquelas com respostas que vão além de "sim" ou "não”), e compartilhando nossas próprias experiências e vulnerabilidades. Mas o grande insight do livro está em nos ensinar a entender qual o tipo de conversa que o nosso interlocutor quer ter. O autor separa as conversas em três categorias: CONVERSAS PRÁTICAS: giram em torno da tomada de decisões e resolução de problemas, concentrando-se na logística necessária para alcançar objetivos específicos. CONVERSAS EMOCIONAIS: oferecem um espaço para que as pessoas expressem seus sentimentos e encontrem empatia, aprofundando as conexões pessoais. CONVERSAS SOCIAIS: investigam identidades e relacionamentos, explorando como os indivíduos se veem e interagem com os outros em diferentes cenários sociais. Ao identificar que tipo de conversa o seu interlocutor quer ter, você consegue se adaptar e transformar a conversa - que poderia ter virado uma discussão - em uma conversa significativa: aquela em que nossos cérebros se alinham, sincronizando pensamentos e até mesmo reações fisiológicas, como batimentos cardíacos e padrões respiratórios. Com cases que vão da Netflix até a CIA, o livro oferece um guia passo a passo de como identificar que tipo de conversa está acontecendo, e como transformá-las em conversas de aprendizado - aquelas com real potencial de conectar e transformar.   E o melhor: o autor reforça que a comunicação eficaz não é um dom nato, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa. Vale a leitura! Link: https://amzn.to/3BZ7z5z

  • 21 Lições para o Século XXI - Yuval Noah Harari

    Você está pronto para a Inteligência Artificial? Esse é um dos temas centrais abordados por Yuval Noah Harari em 21 Lições para o Século 21. Publicado em 2018, o livro já antecipava a revolução tecnológica que vivemos hoje. É muito comum vermos comparações das transformações atuais com as grandes mudanças do passado, como a pedra lascada ou a Revolução Industrial. A grande diferença é que essas substituíram ou aumentaram nossa habilidade física. O que fazíamos com as mãos, passou a ser feito por instrumentos e máquinas. A revolução que vivemos atualmente é diferente: ela “ameaça” a nossa cognição. O que as máquinas hoje são capazes de fazer é bem parecido com o que - segundo os neurocientistas - o nosso cérebro faz: reconhecer padrões familiares e calcular diferentes probabilidades em uma fração de segundo. E com uma capacidade computacional e de armazenamento exponencialmente crescente. Isso significa que vamos ser substituídos? Que os empregos vão acabar? Que os computadores vão dominar o mundo? Não sei — e Harari também não oferece uma resposta definitiva. Mas ele oferece, sim, uma grande lição: a importância de aprender a pensar criticamente. Não se trata de acumular mais informação — como aquelas que fomos forçados a aprender na escola ou as dezenas de newsletters que assinamos. Trata-se de aprender a pensar: sair das nossas bolhas, distinguir o que realmente importa do que é irrelevante (ou fake!). E também aprender a observar nossa própria mente, compreendendo seus padrões, modelos mentais e vieses. Só assim estaremos realmente prontos para a Inteligência Artificial. Mais do que “lições”, esse livro é um conjunto de ensaios (brilhantes) não só sobre o futuro do trabalho, mas sobre diversos temas nos quais deveríamos pensar, como bioengenharia ou aquecimento global. Vale a leitura! Link: https://amzn.to/4eOnBhs

  • The Female Brain - Louann Brizendine, MD

    Comprei uma fantasia da “Teia-Aranha Branca” (aka Gwen Stacey) para minha filha já faz mais de um ano. Ela usou uma vez, junto com o primo da mesma idade (ele, sempre de Miles Morales). Ela jogou umas teias, e logo pediu para vestir a fantasia da Aurora.  Ser mãe de menina é apaixonante - e apavorante. Quero que ela seja educada e comportada, mas não submissa. Que seja forte, independente, e tenha opiniões próprias - mas não sei o que fazer quando ela se recusa a usar um casaco porque é azul ou só quer usar vestido. Tomo todos os cuidados para não reforçar estereótipos, e ela quer usar mil colares, tudo com brilho e unicórnios e princesas.  Li “The Female Brain”, da neuropsiquiatra Louann Brizendine recentemente, com um certo medo de que ele reforçasse os estereótipos que tanto me incomodam. O livro me surpreendeu, e positivamente. Ela fala sobre como os hormônios determinam o que o nosso cérebro quer fazer - e como eles são diferentes não só entre homens e mulheres, mas também nas diferentes etapas da nossa vida.  Segundo a autora, a primeira grande “injeção” de hormônios no nosso corpo acontece lá pelas 8 semanas do bebê - momento em que se define se o feto será macho ou fêmea. Depois, ao redor dos 2 anos, vem uma segunda - e foi bem nessa idade que esses comportamentos “femininos” começaram a aparecer na minha filha. As outras grandes mudanças hormonais que passamos ao longo da vida - menstruação, gravidez, pós-parto, perimenopausa - também vão mudando a configuração do nosso cérebro, nossos comportamentos, interesses e prioridades.  As mulheres aparentemente têm mais neurônios nas áreas do cérebro ligadas à comunicação (será por isso que minha pequena é tão tagarela?) e são melhores em ler as expressões do outro, interpretar o tom de voz, perceber nuances de sentimentos. Elas reconhecem tristeza nas expressões dos outros 90% das vezes, enquanto os homens apenas 40%. A reação típica do homem ao reagir a uma emoção é evitá-la - a mulher procura outra para conversar.  Mulheres e homens usam áreas diferentes do cérebro para resolver problemas, processar linguagem, experienciar e armazenar as mesmas emoções. Fazemos as mesmas coisas - ou seja, temos a mesma performance - mas usamos circuitos diferentes. A autora reforça, é claro, que os hormônios sozinhos não são os únicos responsáveis pelos nossos comportamentos - vivemos diferentes experiências, temos diferentes interações. Mas - depois de ler o livro e aprender um pouco sobre o assunto - tendo a concordar com ela que ignorar as diferenças entre homens e mulheres e tratar de forma “igual” em uma sociedade paternalista é ainda mais prejudicial à mulher do que aceitar que somos diferentes.  Um cuidado ao ler o livro: alguns estudos citados apenas sugerem algumas coisas (e não confirmam), e muitos são antigos (o livro é de 2006), então muita coisa pode ter mudado no conhecimento sobre os hormônios e o cérebro humano. Se você souber de algo, estou sempre interessada em aprender! Link: https://amzn.to/3UgTKpt #livros

  • Kafka e a Boneca Viajante - Jordi Sierra i Fabra

    Quantas vezes você lê o mesmo livro? Tem uma famosa frase do escritor Jorge Luiz Borges que diz que - como no rio de Heráclito - você nunca lê o mesmo livro duas vezes, porque, na segunda vez, você já é outra pessoa.   Aproveitei o friozinho de ontem para reler “Kafka e a Boneca Viajante” , de Jordi Sierra i Fabra - acho que pela quinta vez. É um livro curtinho, infanto-juvenil, mas que fala com leitores de todas as idades.      A história começa com Kafka (sim, aquele mesmo, da Metamorfose) , já bem doente, em um parque em Berlin. Ele ouve um choro “alto, convulso, repentino” e descobre uma menina, triste por haver perdido a sua boneca.  Para acalmá-la (e sem pensar muito nas consequências), ele inventa uma história: a boneca não estava perdida, estava viajando. E ele, um “carteiro de bonecas”, traria uma carta da boneca para ela no dia seguinte.  Da primeira carta até o final do livro, são várias as aventuras da boneca - e muitas as aflições e alegrias do escritor. Uma obra linda sobre a arte de escrever, o poder das viagens, e a magia da imaginação e da alegria das crianças.  Não se sabe se a história é real. As cartas nunca foram encontradas, mas foi Dora Dymant, companheira de Kafka, que a contou pela primeira vez.  Talvez seja justamente essa mística sobre a veracidade que deixe a história tão linda. Ou talvez seja essa capacidade que a literatura de nos transportar para outros mundos - como a boneca viajante transportava a menina a cada carta.   Hoje, sendo mãe, entendo a importância da boneca para aquela menina - uma beleza que eu não entendia quando li pela primeira vez. Pensando em como será ler com a minha filha quando ela crescer um pouquinho... Link: https://amzn.to/3YeMrA5

  • A História do Airbnb - Leigh Gallagher

    “Eu espero que essa não seja a única ideia na qual você está trabalhando.”  Essa foi uma das frases ouvidas por Brian Chesky, fundador do AirBnb, quando apresentou a um potencial investidor a sua ideia de alugar colchões de ar na casa de estranhos.  A história do Airbnb é uma das mais conhecidas do mundo das startups: os designers que - para conseguir pagar o próprio aluguel - alugaram colchões de ar na sala para quem não conseguiu hotel durante uma conferência de design em San Francisco.  O livro “A história do Airbnb” da jornalista e editora da Fortune Leigh Gallagher, traz uma versão um pouco menos romantizada dessa história.   Leitura obrigatória para qualquer empreendedor, o livro traz diversas lições sobre #iterations, #productmarketfit, #networkeffect e remoção de barreiras  (como ter uma plataforma acessível e fácil de usar, sistema de reviews, gestão completa da experiência - da busca até a reserva e pagamento, incluindo o atendimento ao cliente), além - claro - da importância da construção dos #corevalues da empresa e das “dores do crescimento” (incluindo gestão de crises - e essas não faltam por lá!).  O que mais me chamou atenção no livro, no entanto, não foi a determinação e a coragem dos sócios, nem mesmo a curiosidade insaciável de Brian Chesky (parece que ele também é o “louco dos livros”), sua facilidade para construção de networking e constante busca por mentores.   Tudo isso fez diferença. Mas o fator fundamental no sucesso do Airbnb parece ter sido a complementariedade dos três sócios, Brian Chesky, Joe Gebbia e Nate Blecharczyk. Não só pela combinação dos skills técnicos, mas principalmente porque, nas palavras do próprio Chesky, eles compartilhavam da mesma “ética profissional”. Talvez - ou provavelmente - a questão mais importante na hora de encontrar um co-founder.   O livro é de 2017, então não conta nada sobre a saída de Gebbia da operação do dia-a-dia da empresa (quando virou pai), nem sobre a pandemia (provavelmente um dos momentos mais difíceis da história para a empresa). Tudo bem, estou esperando o sequel aqui.  Link para compra: https://amzn.to/4f6QmFO

  • Como mentir com Estatística - Darrell Huff

    O que você quer provar? Se você - como eu - não era exatamente a melhor aluna de estatística da turma, mas com o tempo aprendeu a entender a importância de uma boa extrapolação ou de um belo gráfico mostrando a correlação… Esse livro é pra você!!! “Como mentir com Estatísticas”, de Darrell Huff, é provavelmente um dos livros de não-ficção mais engraçados que já li na vida.  O livro é de 1954, então é claro que muitos exemplos são antigos. Mas as coisas não mudaram muito, não.  Dos maravilhosos “claims cosméticos” sobre a performance de produtos, até os eternos “nove entre dez dentistas” que recomendam uma determinada marca, essa é uma leitura obrigatória para qualquer um trabalhando em Marketing.  Afinal, se somos todos contadores de histórias, saber que dados mostrar, e como mostrar, pode ser o segredo para conseguir aprovar um projeto ou ganhar uma discussão! Brincadeiras à parte, o livro traz os principais conceitos de estatística explicados de forma simples e direta, e com exemplos divertidos de como dados podem ser distorcidos para provar um ponto.  Leitura fundamental para quem não quer ser enganado por gráficos e números “torturados” - ou precisa sempre começar uma apresentação perguntando para o chefe “O que você quer provar?”! Link Amazon: https://amzn.to/4hf4QFB

  • The Science of Storytelling - Will Storr

    Porque gostamos tanto de histórias? Do seriado no streaming à fofoca do corredor, da amizade entre atletas olímpicas rivais até aquele livro que não largamos nem com as notificações do celular… Somos absorvidos e nos envolvemos emocionalmente com pessoas que não conhecemos ou personagens que só existem na imaginação dos autores…  Recentemente, li "The Science of Storytelling”, do Will Storr, e encontrei algumas respostas - e que unem duas das minhas paixões: storytelling e neurociência. A ideia que o livro traz é que o cérebro humano é naturalmente atraído por histórias que mostram como “personagens imperfeitos reagem e se adaptam a mudanças inesperadas”.  Uma boa história começa com uma mudança. Algo que vai impactar diretamente no personagem principal, aquele que - sendo imperfeito - tem crenças cheias de falhas sobre como controlar seu ambiente e alcançar seus objetivos. Ao longo da narrativa, diversos obstáculos desafiam essas crenças (e as nossas próprias!) e nos fazem questionar quem o personagem realmente é em sua essência (e quem somos também?). O autor destaca ainda diversas técnicas de storytelling, como lacunas de informação, a linguagem poética rica em metáforas, e temas de mudança de status - elementos que estimulam ainda mais o nosso cérebro, mantendo-nos envolvidos e ansiosos para descobrir o que vem a seguir. Sem dúvida, um livro obrigatório para quem pretende um dia escrever um livro. Mas também muito válida para quem, como eu, é fascinado por histórias e pelo cérebro humano. Link Amazon: https://amzn.to/3YrEIjo

  • Sociedade do Cansaço - Byung-Chul Han

    Quando foi seu último burnout? É só começar a falar de trabalho, e não demora para esse tema aparecer.  Acho ótimo que o assunto esteja em pauta. A conscientização é o primeiro passo para que as pessoas busquem ajuda e evitem chegar a esse ponto.  Mas fico também assustada com a banalização de algo tão grave. O burnout não é só “estar cansado” ou “estressado”. Trata-se de um estado de completa exaustão física, mental e emocional, que pode comprometer não apenas o desempenho profissional, mas também a qualidade de vida no geral. Geralmente, a culpa é atribuída ao excesso de responsabilidades, à pressão por resultados ou aos ambientes de trabalho tóxicos. E sem dúvida, existem líderes e empresas que não priorizam o bem-estar de suas equipes - não é à toa que o burnout é classificado como doença ocupacional.  Mas lendo “Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han, achei interessante a perspectiva que ele traz para essa discussão, deslocando o foco da responsabilidade: dos outros, para nós mesmos.  Segundo Han, o burnout é a “consequência patológica de uma autoexploração”.  Vivemos em uma “sociedade do desempenho”, na qual nós mesmos nos impomos metas, querendo ter e ser mais.  É o paradoxo do "empoderamento" contemporâneo: somos livres, sim, mas livres para nos esgotar. Trabalhamos até a exaustão atrás de um resultado que nunca é suficiente. Não importa quão longe já conseguimos chegar - queremos mais. Uma busca sem fim por sucesso, conquistas e validação externa.   E o que resta desse ciclo? Isolamento, a incapacidade de relaxar, e a sensação de que estamos sempre correndo atrás de algo inalcançável — como um hamster que corre em sua roda, sem nunca sair do lugar. Mas será que precisamos seguir esse caminho? Ou podemos mudar a nossa definição de sucesso? Talvez cultivar o autocuidado, e encontrar um balanço entre ambição e bem-estar? Entre a obrigação auto-imposta de alcançar algo e a verdadeira motivação pelo autodesenvolvimento? Entre TER e SER? Essa leitura (bastante filosófica) nos convida a repensar o que verdadeiramente importa e, quem sabe, a buscar um caminho onde a realização pessoal e o auto-cuidado caminhem lado a lado.  Link: https://amzn.to/3ZA8djO

  • Mostre Seu Trabalho - Austin Kleon

    Sempre gostei de ler. Grifo e rabisco meus livros, faço anotações nas bordas das páginas e na contra-capa.  Um dia, após algumas (muitas!) conversas com minha terapeuta, decidi começar a compartilhar essas reflexões.  Assim, em 2021 nasceu meu blog, livronomia.com.br , e comecei a publicar também no LinkedIn. No início tinha vergonha. Medo de ser julgada, das críticas de haters (eles sempre vão existir). Mas, com o tempo, percebi que o processo de compartilhar as minhas anotações me fazia refletir ainda mais - entender melhor os conceitos, organizar melhor as ideias, questionar coisas que em uma primeira leitura eu não tinha questionado.  Percebi que, ao compartilhar o que eu sabia, eu também estava aprendendo.   Em Mostre Seu Trabalho , Austin Kleon fala sobre esse processo. Esse é o segundo livro da série “Roube como um Artista” e, dos três, o que mais vai fazer você refletir sobre encontrar a sua própria voz e a coragem de se expor.  Você não precisa ser perfeito.  Tenho plena consciência de que minha escrita não é perfeita - dos “typos” ao excesso de incisos. Mas nós, seres humanos, queremos nos conectar. Não com a perfeição, mas com outros humanos. Pessoas como nós, que compartilham as mesmas jornadas, enfrentam os mesmos desafios.  Ao não ser perfeita, ao escrever do meu jeito, fui descobrindo minha voz. Ao compartilhar minhas reflexões e devaneios sobre livros, fui abrindo também um espaço de troca e sugestões, onde quem já leu o livro também colabora e traz mais reflexões. E quem não leu, se inspira a ler também.    Continuo aprendendo cada vez que escrevo sobre um livro. E hoje tenho uma recompensa adicional: descobrir, através dos comentários ou mensagens, o impacto positivo que cada recomendação de livro conseguiu criar. E recomendo a leitura desse livro para todo mundo que não sabe o que postar, que acha que não tem nada para compartilhar. Como diz o autor, “a única maneira de encontrar a sua voz é praticando”.  PS: Comecei há um mês a compartilhar também os textos no Instagram, no @livronomia_. Ainda aprendendo o que funciona no assunto  hashtag#livros  por lá - e sempre aceitando dicas!  Link Amazon: https://amzn.to/3BRt1JZ

©2024 por Fernanda M Schmid

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