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  • Manifesto Antimaternalista, Vera Iaconelli

    Como a maternidade impacta a identidade profissional das mulheres? Essa é uma das perguntas centrais da minha tese de mestrado — e recentemente me levou à leitura de Manifesto Antimaternalista, da psicanalista Vera Iaconelli. O livro provoca ao afirmar que o que chamamos de “instinto materno” é, em grande parte, uma construção social — um discurso que naturaliza a ideia de que cuidar é um destino exclusivamente feminino, isolando a mulher e limitando sua atuação profissional. Concordo que o cuidado, embora muitas vezes invisível, é trabalho. E que a sobrecarga materna não é uma questão individual, mas estrutural, com impacto direto na equidade de gênero e na retenção de talentos no mercado de trabalho. Também concordo que precisamos avançar em políticas que valorizem o cuidado como responsabilidade coletiva: parentalidade ativa, redes de apoio, flexibilidade real. Mas não acredito que possamos reduzir a maternidade a uma construção social, como a autora propõe. A maternidade envolve dimensões biológicas, culturais e históricas — e quanto mais estudamos o cérebro humano, mais evidente fica a complexidade desse momento na vida (e no corpo) da mulher. A cada entrevista que faço com mães, percebo como essa redução da maternidade a um fenômeno apenas social (ou apenas biológico) só reforça a pressão sobre elas.  As mães sentem a pressão social para serem "mães perfeitas", a responsabilidade de cuidar de um outro ser humano e ao mesmo tempo se manterem ativas e crescendo profissionalmente. Mas sentem também as mudanças no corpo, nos hormônios, no sono e nas suas prioridades.  Os pontos trazidos por Iaconelli têm um papel fundamental ao trazer à tona o papel da sociedade, do Estado e até mesmo das empresas na forma como tratamos a maternidade. Mas terminei a leitura com a sensação de que o "antimaternalismo", embora necessário como provocação, pode adicionar ainda mais camadas à já intensa carga emocional e física da maternidade. Recomendo a leitura para quem se interessa por questões de equidade de gênero (em especial para quem quer entender mais sobre os muitos recortes de raça e classe social e raça), mas já aviso que é uma leitura bastante densa e acadêmica!  Link: https://amzn.to/3IiALIb

  • Potencial Oculto, Adam Grant

    Talento ou Esforço? Esforço, sempre. “Potencial Oculto”, do Adam Grant, é mais um livro que defende que sucesso é resultado muito mais da perseverança e da motivação do que do que de um QI alto ou de uma super aptidão ou talento inato.  O livro vai um pouco além, e fala sobre a importância de dar oportunidades e de criar ambientes inclusivos.  O autor traz exemplos reais, como o caso do engenheiro, filhos de trabalhadores rurais imigrantes, que demorou quase 10 anos para conseguir trabalhar na NASA. E, já lá dentro, mais 6 para conseguir ser aprovado para virar astronauta e - outros 5 anos depois - conseguir ir para o espaço.  O que mais gostei no livro? A importância que ele dá para a coragem de sair da zona de conforto e de cometer erros. Afinal, só assim aprendemos, ganhamos autoconfiança e aceleramos o nosso desenvolvimento pessoal, liberando o tal “potencial oculto”. Pra mim, não é o melhor livro do Adam Grant (recomendo “Pense de Novo”), mas é um leitura fácil, e pode dar aquele empurrãozinho na motivação!   Link: https://amzn.to/3GlqCtG

  • Identidade de Carreira, Herminia Ibarra

    “E se eu estiver desperdiçando tudo o que construí até aqui?” Essa é uma das perguntas mais comuns entre quem pensa em mudar de carreira - e um dos maiores bloqueios também. Muita gente permanece em empregos ou caminhos que já não fazem sentido por medo de jogar fora anos de dedicação. Mas talvez esse medo esteja baseado em um mito: o de que precisamos primeiro descobrir quem realmente somos  para, só então, agir. Herminia Ibarra, professora da London Business School e uma das maiores referências em liderança e transições de carreira, propõe o contrário:  A clareza vem da ação, não da introspecção. No livro “ Identidade de Carreira” , ela mostra que não existe um "eu verdadeiro" esperando ser descoberto. Temos vários eus possíveis , e só conseguimos acessá-los ao viver experiências diferentes. A transição de carreira não é uma linha reta, mas é uma estrada cheia de curvas, paradas, e reinvenções. Ibarra identifica 3 estratégias críticas  em processos de mudança bem-sucedidos: Experimentar novas atividades , como projetos temporários ou freelas — mas sem se comprometer de imediato . Interagir com novas pessoas  desses outros mundos, que ampliam nossa visão e nos dão uma ideia de como seriam essas outras possibilidades. Observar como nos sentimos  em cada nova vivência, entendendo o que ressoa ou não com quem estamos nos tornando. Ela traz exemplos reais e impactantes, da executiva de tecnologia que tornou consultora de desenvolvimento organizacional ao do um psiquiatra que se tornou monge budista. E mostra que há momentos em que as janelas de oportunidade se abrem  — logo após um curso, ao completar uma idade marcante, ao sair de uma empresa… A gente só precisa saber reconhecer essas brechas pra aproveitar. Se você sente que já não cabe mais na carreira que tem, talvez seja hora de parar de procurar o "plano ideal" e começar a experimentar .É na prática que novos caminhos e novas identidades começam a ganhar forma. Link: https://amzn.to/44ccBaN

  • Felicidade por Acaso, Daniel Gilbert

    Você sabe o que vai fazer o seu “EU” do futuro feliz? Em “Felicidade por Acaso”, Daniel Gilbert, professor de psicologia de Harvard, defende que não, não sabemos.  Combinando insights e pesquisas de filosofia, neurociência e economia comportamental, Gilbert defende que a forma como fazemos previsões sobre nosso futuro está errada.  Isso porque a nossa imaginação sobre como será o futuro se baseia nas nossas experiências passadas. Mas a nossa memória é muito menos precisa do que a gente gostaria. Esquecemos alguns detalhes e preenchemos (inventamos, mesmo) outros pra preencher as lacunas. Lembramos muito mais de momentos fora do comum (tipo onde você estava no 11 de setembro de 2001?) do que de momentos comuns (onde você estava em 11 de setembro de 2021?).  Em resumo: tomamos decisões fazendo previsões em cima de uma “base de dados” distorcida. Erramos na intensidade, na duração e até mesmo ao imaginar o que irá nos nos fazer felizes no futuro.  A solução que ele traz para esse nosso “erro cognitivo” é tomar decisões ouvindo conselhos de outras pessoas, que passaram por situações semelhantes. E na dúvida, arriscar. É melhor se arrepender de ter feito do que não ter feito, porque aprendemos mais com os erros do que com a falta de ação.  O livro é muito bom. O estilo do autor é descontraído, os exemplos são práticos e os dados vêm de estudos sólidos. Mas tem um ponto que eu não consigo compreender: segundo o autor, ter filhos não traz felicidade!!! Para justificar essa opinião, ele traz resultados de diversos estudos, que “provam” que a felicidade conjugal é maior entre casais sem filhos - e vai diminuindo conforme a idade dos filhos, até que começa a melhorar quando os filhos saem de casa.  Como mãe de duas meninas (uma delas de apenas dois meses), eu até entendo que o falta de sono de qualidade, as despesas astronômicas e a falta de tempo para fazer outras coisas. Mas dizer que filhos diminuem a felicidade?  Disso ele não conseguiu me convencer… LINK: https://amzn.to/4kEyGo4

  • Contágio, Jonah Berger

    Esse é um livro que eu gostaria que fosse atualizado.  No livro Contágio , Jonah Berger, professor de Marketing em Wharton, explica a ciência por trás da popularidade de alguns conteúdos (ou por que algumas coisas viralizam e outras são total flop).   Segundo ele, as ideias “contagiosas” são aquelas que contêm alguns ingredientes em comum, que ele resume com o acrônimo STEPPS: S - Social Currency: o conteúdo vale como uma “moeda social”, ou seja, faz a pessoa que compartilha parecer esperta, interessante, cool. É só pensar na coleguinha que manda as coisas no grupo do zap antes mesmo de ler (ou checar se a notícia é fake). T - Triggers: a ideia está ligada a algum gatilho mental, que ativa a lembrança - você pode até preferir Coca, mas falou Pipoca, você pensa em… E - Emotion: Emoções fortes, positivas ou negativas, fazem a gente compartilhar mais. Quem não encaminhou a campanha da Boticário com o filho adolescente? P - Public: As pessoas copiam o que vêem, e de repente está todo mundo bebendo em copo Stanley. P - Practical Value: Se a informação é útil, as pessoas naturalmente compartilham pra ajudar umas às outras. Se for resumida em bullet points, melhor ainda (isso não tá no livro, mas posso apostar que tem base estatística).  S - Stories: As pessoas não lembram de fatos, mas histórias. Aposto que você não lembraria da plataforma de investimentos se não fosse pela Bettina, que transformou 1.000 Reais em um milhão? A lição aqui vale pra tudo: produto, marca pessoal, causa ou conteúdo. O livro é excelente, e os princípios apresentados são muito válidos.  Mas porquê então eu queria que o livro fosse atualizado? Porque ele é de 2013. O Insta, apesar de ser de 2010, nem foi citado (e só depois da aquisição pelo FB é que realmente começamos a ver os algoritmos em ação). Quanto as plataformas distorcem e manipulam o que vemos? Mesmo aqui, quantos posts compartilhados pelos seus amigos nunca chegam em você, porque contém um link externo ou foram postados na hora errada? Será que se seu feed fosse alimentado pelo “boca-a-boca” ele seria igual?     Enfim… Como boa marketeira, apaixonada pela ciência do comportamento humano, adoraria ler “Contágio Versão 2025”.   Link: https://amzn.to/4jAE8a7

  • Seja Mais Feliz, Tal Ben-Shahar

    Nunca desperdice uma boa crise! Essa é, provavelmente, a melhor lição do livro “Seja Mais Feliz”, de Tal Ben-Shahar. Com base em diversos estudos de Psicologia Positiva, o autor, que lecionou um dos cursos mais populares de Harvard sobre o tema, traz diversas dicas para ajudar você a cultivar a felicidade.  Separei as minhas 5 preferidas: 😊 Tenha Rituais Diários: a rotina e a disciplina nutrem não apenas nossa produtividade, mas também nosso bem-estar. Se envolver atividade física e dormir sempre no mesmo horário, melhor ainda!  😊 Estabeleça Metas Realistas: Ter metas desafiadoras, mas alcançáveis, ajuda a definir um rumo para nossa vida. E dividir a meta em etapas menores cria uma sensação diária de realização e evolução.  😊 Envolva-se em Atividades Significativas: Talvez seu trabalho não seja exatamente algo super inspirador… Tudo bem: use seu tempo livre para hobbies ou atividades que se alinhem com seus valores e paixões. Isso aumenta seu senso de propósito. Eu amo ler, e inspirar pessoas a lerem mais me motiva a escrever sobre livros.  😊 Pratique a Gratidão: Eu sei - o excesso de  hashtag#gratiluz  deixou esse tema meio “bregonildes”, como diz uma amiga querida. Mas acho que é menos sobre positividade tóxica e mais sobre saber olhar para o presente e valorizar aquilo que temos, fizemos e somos.  😊 Aprenda com os Desafios: Esse é o meu preferido! Todo obstáculo é uma oportunidade de crescimento. Refletir sobre desafios e erros do passado leva a uma maior resiliência e sabedoria. É aquela história de cair 5 vezes, e levantar 6 - cada vez mais forte! Não podemos evitar toda crise, mas podemos sair melhores dela!  Ele traz muitas outras dicas, como a importância da prática de autocompaixão ou de cultivar relacionamentos, e da importância do equilíbrio entre o curto e o longo prazo. Afinal, felicidade não é a pura busca pelo prazer imediato, nem o eterno adiamento da recompensa (“vou me esgotar agora para ser feliz no futuro!”).  A grande lição do livro é que a felicidade pode ser praticada e desenvolvida de forma consciente, assim como qualquer outra habilidade. Talvez a gente só precise de conhecimento (e autoconhecimento!). E isso esse livro traz!  Link Livro (português): https://amzn.to/4e0yxrM Link Audible (inglês): https://amzn.to/3XtO3p1

  • Positividade, Barbara Fredrickson

    Alegria, amor, diversão, serenidade, gratidão… Quantas emoções positivas você consegue listar? Estamos tão treinados pra reconhecer tudo que sentimos de “ruim”, que às vezes é difícil perceber (e cultivar) aquilo que nos faz bem.  No livro Positividade, Barbara Fredrickson, professora e pesquisadora da Universidade da Carolina do Norte e uma das maiores especialistas do mundo em emoções, fala sobre as 10 emoções positivas que mais experimentamos. Além das que eu citei lá em cima, ela destaca também interesse, esperança, orgulho, inspiração e admiração.  Nunca tinha pensado em algumas delas como “emoções positivas”. Por exemplo, INTERESSE - que ela define como curiosidade genuína, vontade de explorar e aprender. Achava que isso era mais uma “característica” ou parte da personalidade. Mas gostei da inclusão: sendo super curiosa, adorei perceber (de forma consciente - o inconsciente já sabia!) que esses momentos de descoberta também são momentos de felicidade.    Outra coisa que gostei muito no livro foi o “Positivity Ratio”: segundo a autora, devemos cultivar emoções na razão de 3:1 - três emoções positivas para cada uma negativa.  Afinal, as emoções negativas também podem ser extremamente úteis. O medo nos ajuda a evitar riscos. A insegurança pode nos preparar melhor pra uma apresentação. A raiva (quando bem canalizada) funciona como combustível pra lutar contra injustiças. Pois é - o caminho da felicidade não é viver a vida em modo Pollyanna 24 horas por dia, mas sim viver com esse “desequilíbrio”, com mais emoções positivas que negativas.  Então não custa saber reconhecer e apreciar as nossas emoções positivas pra manter essa razão sempre pendendo pro lado positivo, né?

  • A Geração Ansiosa, Jonathan Haidt

    Achava que esse livro era para pais de adolescentes.   Passei meses com A Geração Ansiosa, de Jonathan Haidt, na minha estante. Acompanhei o hype, li comentários, vi entrevistas... Mas parecia um livro voltado para pais de adolescentes, e como ainda não estou (ainda!) nesse lugar, deixei pra depois. Finalmente li — e percebi que é um livro para todos nós. Haidt mostra, com dados e argumentos sólidos, como as redes sociais têm contribuído para o aumento da ansiedade, da insegurança, da baixa autoestima e da falta de concentração. Claro, o impacto é mais grave em crianças e adolescentes. O córtex pré-frontal — região do cérebro responsável pelo autocontrole, pela capacidade de adiar recompensas e resistir a tentações — só amadurece completamente depois dos 20 e poucos anos. E é justamente durante a puberdade, quando estamos mais inseguros e suscetíveis à pressão dos colegas, que muitos jovens mergulham nas redes sociais em busca de pertencimento e aprovação. Mas o impacto real vai muito além da Geração Z (e não só pela dificuldade de recrutar ou liderar esse pessoal). Estamos todos sofrendo com atenção fragmentada, privação de sono, vício em dopamina barata, dificuldade de foco e de estar presente. Quem nunca falou com alguém que estava completamente hipnotizado pela tela do celular? Quem nunca se atrasou de manhã porque “só ia dar uma olhadinha” e acabou preso num scroll infinito? Perdeu uma hora de sono antes de dormir vendo vídeos aleatórios? Leu uma página inteira e não absorveu nada? Ou - como um adolescente inseguro - se sentiu feio, infeliz ou fracassado diante das fotos perfeitamente escolhidas ou do recorte postado sobre o sucesso das realizações dos outros? O autor propõe limites claros como soluções para os adolescentes: smartphones só depois dos 14 anos, redes sociais com pelo menos 16, mais vida offline.  Para minha própria saúde mental, já fiz diversas mudanças na minha”dieta” digital. Coloquei limite de 30 minutos por dia no máximo (somando todas as redes sociais), e sleep mode (nada de redes sociais entre 10pm e 7am). Deixei os apps escondidos, e o app do Kindle na home do celular. Grupos de WhatsApp estão todos silenciados e arquivados - entro uma ou duas vezes por semana para me atualizar. E todas as notificações estão desativadas.  Eu sei que, se eu quiser agradar o algoritmo, devo entrar antes de postar e dar aquela “aquecida” comentando e distribuindo joinhas. Também deveria fazer posts curtos, vídeos de 15 segundos, carrosséis com frases de impacto. E talvez um dia até faça, se isso ajudar a despertar curiosidade para que mais pessoas se aprofundem nos temas que trago aqui. Mas, por enquanto, prefiro escrever - e descobrir quem ainda consegue ler um texto inteiro. Aliás, se você chegou até aqui, parabéns! Sei que, infelizmente, não são muitos.

  • Iludidos pelo Acaso, Nassim Nicholas Taleb

    Foi talento? Ou pura sorte?  “Iludidos pelo Acaso” é o primeiro livro da série “INCERTO”, uma coleção de cinco volumes de ensaios sobre a incerteza, do autor Nicholas Nassim Taleb.  Não é uma leitura fácil: além do vocabulário difícil e das divagações filosóficas, o autor traz muitos exemplos do mercado financeiro, não tão óbvios para quem não é da área. Ainda assim, vale a leitura: é um daqueles livros que mudam a nossa forma de pensar - nesse caso, sobre o papel do acaso nas nossas vidas. Algumas das lições do livro: Não entendemos a Aleatoriedade: Nosso cérebro enxerga e inventa padrões onde não existe nada além do acaso - quem nunca viu um cachorro numa nuvem, ou uma mesma sequência de números três vezes no mesmo dia? Acreditamos que sabemos analisar esses padrões, e que conseguimos prever o futuro com esse conhecimento… do puro acaso. Foi talento ou pura sorte?: Quando vemos um caso de sucesso, logo achamos que ele é resultado do talento. Subestimamos o papel da sorte e superestimamos as habilidades - tanto dos outros, quanto as nossas. Só enxergamos o papel do acaso nos casos de fracasso, nunca nos de sucesso. E acreditamos que temos muito mais controle do que de fato temos.    Só enxergamos os casos de sucesso: Admiramos e nos inspiramos nos empreendedores que criaram unicórnios, nos atletas que treinaram até chegar nas Olimpíadas e nos traders que fizeram milhões no errando financeiro - sem enxergar todos os outros que, com igual ou maior esforço, falharam e ficaram pelo caminho. A economia comportamental tem até um nome para isso: Viés de Sobrevivência. É fácil prever o passado:  Depois que os eventos acontecem, é fácil explicar as causas. Fica até parecendo que era tudo previsível quando, na realidade, não era. Esse viés cognitivo, o Viés de Hindsight (Retrospectiva), é ampliado com o nosso talento para o storytelling: criamos histórias para dar sentido ao que aconteceu (ainda que por puro acaso).  O poder de imaginar histórias alternativas: precisamos entender que o que de fato aconteceu é apenas uma das muitas possibilidades do que poderia ter acontecido. Pode parecer uma coisa meio dos multiversos dos super-heróis, mas entender que facilmente tudo poderia ter sido diferente ajuda a ampliar a nossa perspectiva - e nosso entendimento sobre quão pouco está de fato sob nosso controle. Por fim, o autor reforça o ponto de que não temos nem teremos temos todas as respostas. Precisamos nos sentir confortáveis com isso, e estar sempre abertos a novas ideias e aos caminhos que o acaso vai abrir.  Link: https://amzn.to/3FeorXO

  • Sapiens, Yuval Noah Harari

    Somos mais felizes do que nossos antepassados? Essa é uma pergunta que historiadores ainda não conseguiram responder. Saneamento básico, alimentação, direitos humanos, democracia… Será que a imensa melhoria nas condições materiais (pelo menos para grande parte da população do planeta) nos deixou mais felizes?  Quando estudamos história, lemos e aprendemos sobre acontecimentos, mas não sobre como eles influenciaram como os indivíduos se sentem.  A psicologia evolutiva defende que a evolução nos moldou para não sermos nem tão felizes, nem tão infelizes. Precisamos estar insatisfeitos para continuar progredindo.  Já pra neurociência, temos um nível quase constante e pre-determinado de felicidade, de acordo com a bioquímica do nosso corpo - independente do que nos aconteça. Pouco importa se ganhamos na loteria ou sofremos um acidente; em pouco tempo, voltamos ao nosso nível pré-determinado de felicidade.  Segundo Yuval Noah Harari, em seu livro Sapiens, a Felicidade não depende de condições objetivas de riqueza, saúde ou comunidade - mas sim, de como elas se comparam às nossas expectativas. As condições podem até melhorar, mas se as expectativas aumentam, continuaremos insatisfeitos. E se nos comparamos com o que vemos de beleza e sucesso retocados para as redes sociais, pior ainda… Mas talvez sejamos, sim, mais felizes que nossos antepassados. Só que, para isso, precisamos aprender a valorizar o que realmente importa. PS: O livro fala de muito mais do que só felicidade - é uma aula sobre os últimos 300 mil anos, e sobre como as revoluções Cognitiva, Agrícola e Científica moldaram quem somos hoje como seres humanos. Leitura obrigatória!   Link: https://amzn.to/3SlzbH0

  • Felicidade Autêntica, Martin Seligman

    Você sabe o que é Psicologia Positiva? Imagina um “Personal Trainer” da Felicidade. Essa é a definição dada por Dr. Martin Seligman, psicólogo e professor da UPenn, e considerado o “pai” da Psicologia Positiva. A Psicologia “tradicional” foca no tratamento de doenças psicológicas, como depressão, transtorno de ansiedade, etc. Super importante - mas é como sair de uma vida nota -7 para uma vida nota 2.  Já a Psicologia Positiva funciona de forma mais “pro-ativa”. Ela tem como foco as emoções positivas, como alegria e gratidão, e como podemos usar as nossas fortalezas e virtudes para alcançarmos a felicidade. Tipo sair de uma vida nota 3 e chegar uma vida nota 8. Faz sentido?  Nesse livro, “Felicidade Autêntica”, Seligman faz esse papel de “Personal Trainer” da felicidade, não só contando mais sobre o conceito de Psicologia Positiva, mas “passando um treino”: as atividades que devemos fazer para sermos mais felizes e completos.  Na primeira parte do livro, o autor fala sobre como os diversos tipos de emoções positivas, separando-as entre Passado (como satisfação, orgulho, e realização), Presente (como alegria, diversão, entusiasmo, e sensação de flow) e Futuro (como otimismo, esperança, e fé), e traz dicas de exercícios para identificar e aproveitar ao máximo essas emoções.  Na segunda parte, o autor ensina como identificar as suas fortalezas pessoais ( spoiler : vai no site https://www.authentichappiness.sas.upenn.edu/  e faz o teste das “24 VIA Strenghts”).  Já a terceira parte do livro é ainda mais prática, e foca em como usar as suas fortalezas no trabalho, no amor, e na criação dos filhos.  Essa, aliás, foi a minha parte preferida do livro. Ainda mais quando descobri que, sem saber, eu já usava algumas “técnicas” com a minha filha, como o jogo dos “melhores momentos”. Logo antes de dormir, peço para ela falar quais as coisas mais legais que aconteceram naquela dia. Ela sempre tem uma boa resposta - desde brincar na piscina até tomar sorvete de unicórnio. É uma brincadeira, mas que ajuda a internalizar mais pensamentos positivos e - agora eu sei, também segundo estudos científicos - a ter sonhos mais “doces” (no caso do sorvete de unicórnio, quase literalmente!).     Por fim, o autor fala sobre propósito, e sobre a importância de alinhar e usar ao máximo as nossas fortalezas para ter uma vida mais completa.  Um super livro, que eu recomendo para qualquer pessoa que queira tirar o máximo da vida!  #livros #leitura #dicadeleitura #psicologiapositiva #martinseligman Link: https://amzn.to/3DbsZgP

  • As 22 Leis Imutáveis do Marketing, Al Ries e Jack Trout

    Qual o melhor livro de Marketing que você já leu? Eu tenho alguns preferidos, e esse é um deles: As 22 Leis Imutáveis do Marketing  de Al Ries e Jack Trout.  Não, não vou defender que todas as leis são válidas até hoje. O livro é de 1993 - então obviamente não captura tantas mudanças que passamos desde a bolha das dot.com  e da proliferação das mídias e redes sociais, até os recentes avanços das ferramentas de IA. Apesar do título brilhante (pelo menos para vender o livro!), a maior crítica a essa obra é justamente o fato de o autores chamarem de “leis imutáveis” aquilo que talvez sejam só ótimos “guiding principles”. Mas basta um pensamento um pouquinho crítico para filtrar aquilo que talvez não faça mais sentido e aprender muito com o restante do livro.  A maior lição do livro, e que resume talvez umas 6 ou 7 das “leis” é que tudo que existe no mundo do Marketing são percepções na mente de um consumidor.  O desafio, então, é entender o que se passa na cabeça do consumidor, brigar pela sua atenção e conseguir conquistar não só mais espaço e a posição de #1, mas principalmente, mais significado para aquele consumidor.     Várias das leis se sustentam até hoje: a importância do foco, do investimento, da visão de longo prazo. Muitas das leis relacionadas a posicionamento também podem gerar ótimos insights para quem não é a marca líder - por exemplo, como se apresentar como o “oposto” do primeiro, como a “alternativa” (e talvez conquistando uma outra fatia do mercado). O livro é curtinho - não chega a 150 páginas, e é bem fácil de ler. E se você não aprender nada com as “leis” que ainda são válidas, no mínimo vai se divertir com os exemplos de empresas de “sucesso” (que desapareceram do mapa em algum momento desde a publicação do livro) ou de “fracasso” (como o de Bill Gates ao lançar o Excel e Word para competir com ferramentas estabelecidas como o Lotus e o WordPerfect - WordWHAT ?). Vale a leitura! Link: https://amzn.to/412ouxa Para quem quiser conhecer as 22 Leis e o que cada uma diz (numa tradução livre minha):   1 - A Lei da Liderança – É melhor ser o primeiro do que ser o melhor  2 - A Lei da Categoria – Se você não puder ser o primeiro de uma categoria, crie uma categoria na qual você possa ser o primeiro  3 - A Lei da Mente – É melhor ser o primeiro na mente do consumidor do que ser o primeiro no mercado  4 - A Lei da Percepção –  O marketing não é uma batalha de produtos, mas uma batalha de percepções  5 - A Lei do Fogo – O mais poderoso conceito de marketing é ser dono de uma palavra na mente do potencial cliente  6 - A Lei da Exclusividade – Duas empresas não podem ser donas da mesma palavra na mente do potencial cliente  7 - A Lei da Escada – A estratégia a ser usada depende do degrau que você ocupa na escada  8 - A Lei da Dualidade – No longo prazo, todo mercado se torna uma corrida de dois cavalos  9 - A Lei do Oposto – Se você estiver mirando no segundo lugar, sua estratégia será definida pelo líder  10 - A Lei da Divisão –  Com o passar do tempo, uma categoria se dividirá em duas ou mais categorias  11 - A Lei da Perspectiva – Os efeitos do marketing se estendem por um período prolongado  12 - A Lei da Extensão de Linha –  Há uma pressão irresistível para estender o valor de uma marca  13 - A Lei do Sacrifício –  Você precisa renunciar alguma coisa para poder ganhar outra  14 - A Lei dos Atributos – Para cada atributo, existe um atributo oposto e eficaz  15 - A Lei da Sinceridade – Quando você admite um negativo, o potencial cliente lhe dá um positivo  16 - A Lei da Singularidade –  Em cada situação, apenas uma movimentação produzirá resultados substanciais  17 - A Lei da Imprevisibilidade – A menos que você faça os planos de seus concorrentes, não há como prever o futuro  18 - A Lei do Sucesso – O sucesso pode levar à arrogância, e a arrogância ao fracasso  19 - A Lei do Fracasso – O fracasso deve ser esperado e aceito  20 - A Lei do Hype – A situação é muitas vezes o oposto de como aparece na imprensa  21 - A Lei da Aceleração – Programas bem-sucedidos não se baseiam em modismos, mas em tendências  22 - A Lei dos Recursos – Sem um financiamento adequado, nenhuma ideia sai do chão

©2024 por Fernanda M Schmid

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