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  • Siga em Frente - Austin Kleon

    Pegue o que precisa, deixe o resto de lado. Do autor de “Roube como um Artista”, Austin Kleon, “Siga em Frente” segue o mesmo estilo. Não é tão bom quanto - talvez por não ter o mesmo efeito de novidade. Ainda assim, é uma leitura tão rapidinha, que vale a pena. E como o próprio autor sugere: “Pegue o que precisa, deixe o resto de lado.” - escolhi as dicas que mais gostei do livro, e reorganizei na minha própria lista e com minhas próprias ideias. 1 - Rituais Diários: a repetição de hábitos é o maior segredo da produtividade. Ter uma rotina organiza a vida e ajuda a dar valor ao tempo -  e com isso, cria a liberdade e o tempo que precisamos para aquilo que nos nutre. Se tiver atividade física no ritual, melhor ainda. 2 - Listas: O autor diz que “Listas ordenam o caos do universo” - e eu não poderia concordar mais. Listas ajudam a organizar as ideias, a fazer planos e a esvaziar a cabeça. Eu tenho lista pra tudo, até para as coisas que eu não vou fazer! 3 - Um Teto Todo Seu: Ele usa a expressão “Estação de Bem-Aventurança”, mas eu prefiro a expressão da Virginia Wolff. Ter um lugar (ou um horário) onde você pode ficar sozinho é fundamental para fazer crescer a criatividade e produzir. 4 - Falar não: Esse é difícil…. Mas fundamental. Não para um evento, para uma reunião, para atividades que te desviem do seu plano ou caminho. 5 - Use o Modo Avião: não só no avião. Use para ler, para estudar, para trabalhar. Use até em reuniões, é um sinal de respeito com quem está apresentando. “O Modo Avião pode ser todo um estilo de vida.” E se não der pra ser tão radical, só de desativar as notificações a vida já muda. 6 - Durma: sem entrar muito na neurociência aqui pra não assustar, mas durante o sono tem um tal de “líquido cefalorraquidiano” que flui mais rápido, e sai limpando toxinas e proteínas ruins acumuladas nos neurônios. Tipo um Vanish para a mente cheia de “manchas”. Confie no Sono!!! 7 -  Leia livros antigos: (Dizem que) Seneca disse que, ao ler livros antigos, “adicionamos todos os anos vividos pelo autor à nossa própria vida”. Eu sempre incluo alguns clássicos nas minhas leituras do ano. E sempre me surpreendo com como continuam atuais. 8 -  Preste atenção no que você presta atenção: no Yoga, o segredo para conseguir se equilibrar em alguns asanas difíceis é o olhar. Para onde os seus olhos vão, o corpo vai. Escolha para onde olhar. 9 - Desacelere: esse eu coloquei aqui para mim mesma - e vai na mesma linha do “falar não”. Desacelerar requer disciplina diária e muita meditação. E aquela lista de coisas que eu não vou fazer. 10 - Mude de Ideia: já bastam os algoritmos que entregam só o que a gente quer ouvir. Interaja com pessoas que tenham perspectivas diferentes, ouça, leia, pense - e sempre que encontrar uma ideia melhor que a sua, adote. É isso. PS: Se bobear tem coisa aqui que ele nem falou, e eu roubei de outro lugar. Para comprar: https://amzn.to/3VcNhNf

  • O Momento de Voar - Melinda Gates

    Quero um professor. Quero um professor. Saiu hoje a notícia de que Melinda Gates está deixando a Fundação Bill & Melinda Gates. Ao ver a notícia, lembrei do seu livro, “O Momento de Voar”, de 2019. Nele, Melinda conta sobre como, quando a fundação foi criada, eles queriam focar em crianças - mas que ela logo percebeu que o problema maior que precisava ser atacado era a desigualdade de gênero. Através das histórias de meninas e mulheres que conheceu em suas viagens por países de terceiro mundo, como Tailândia, Senegal e Etiópia, Melinda fala sobre realidades que aqui também vemos de perto - como o trabalho não remunerado e a falta de acesso a métodos contraceptivos - e de outras realidades que são difíceis de acreditar que ainda existam, como o casamento infantil a a mutilação genital. São histórias de mulheres lutando pela educação e pela igualdade no mundo todo. “As mulheres podem usar as habilidades aprendidas na escola para derrubar as regras que as oprimem.” Um dos principais temas do livro, é claro, é a #educação. A educação determina quem prospera. E dar educação é mais do que dar oportunidade e preparar a mulher para ganhar dinheiro. É mudar a autoimagem da menina que frequenta a escola; é dar a ela coragem para mudar a cultura que a mantém oprimida. Com educação, uma menina pode ser o que ela quiser. E a menina que vai para a escola manda suas filhas para a escola. A frase “Quero um professor” é de uma menina chamada Sona, habitante da aldeia de Kanpur, território de uma das castas mais baixas da Índia. A menina tinha apenas dez anos quando um voluntário da Fundação esteve lá para falar sobre planejamento familiar. Sona - com coragem e determinação - repetiu a frase 50 vezes, até que conseguiu que a Fundação intervisse e ela conseguisse: um professor, livros, uniforme. Com a saída de Melinda, a Fundação passa a se chamar Fundação Gates. A boa notícia é que ela terá ainda 2,5 bilhões de dólares para dedicar a seu trabalho em prol das mulheres e das famílias. Aguardando ansiosa aqui pelo próximo capítulo. Link: https://amzn.to/3QLk4GJ #melindagates #empoderamentofeminino

  • O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow

    A probabilidade de você precisar entender de estatística no trabalho ou na vida pessoal é de 68,5%. Desvio padrão, variância, coeficiente de correlação, curva normal. Lembro que quando terminei STAT 3, achei que estaria livre desses termos para sempre. Até que, ainda no estágio, precisei fazer minha primeira análise Nielsen, e lá estava eu tentando entender se aquele crescimento de mercado era real ou estava dentro da margem de erro. “O Andar do Bêbado”, de Leonard Mlodinow, certamente é um livro que teria feito minha vida mais fácil na faculdade. Com exemplos que vão do cinema e ao esporte, ele explica conceitos de estatística e probabilidade não só usando uma linguagem acessível, mas o mais legal: contando histórias. Uma delas: quando saiu a primeira versão da função “shuffle” no iPod (em que as músicas deveriam tocar de forma aleatória), uma das principais reclamações era que às vezes tocavam três músicas seguidas da mesma banda. A Apple precisou então reprogramar o processo de seleção das músicas, para que, não sendo aleatório, parecesse aleatório para quem estava ouvindo. O ensinamento estatístico? Um processo aleatório não necessariamente gera resultados aleatórios. Ou então: sabe quando você tem uma experiência ruim em um restaurante, comenta com um amigo e ele também teve? Pronto. É o suficiente para vocês chegarem à conclusão de que o serviço desse restaurante é ruim. Qual o problema? Duas pessoas não é exatamente uma amostra grande o suficiente (ou “estatisticamente relevante”) para chegar a uma conclusão. A mente humana foi construída para identificar padrões, para encontrar uma causa para cada acontecimento. Nosso cérebro não está bem preparado pra lidar com situações nas quais não haja causa/efeito. Procuramos ordem onde há apenas o caos ou o acaso (vai ver naquela semana muitos funcionários faltaram ao trabalho no restaurante?). E isso nos leva a erros de julgamento. O autor trata ainda de conceitos como efeito borboleta, regressão à média, teste de significância, aleatoriedade - tudo para reforçar como é importante colocar uma dose de pensamento crítico e matemático para “nos imunizar” contra os erros dos nossos vieses e da nossa intuição. E também nos proteger de quem quer manipular a nossa atenção, com estatísticas inventadas como a que eu coloquei lá em cima. Link: https://amzn.to/4buOTYc

  • QUIT - Annie Duke

    O recente anúncio da saída de Jacinda Ardern do cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia foi recebido com surpresa, tanto em seu país, como por seus admiradores ao redor do mundo. Após mais de cinco anos no poder - e tendo tido uma bebê durante o período - ela renunciou ao cargo essa semana. Sua justificativa é de que não tem mais a energia necessária para comandar o país. Segundo ela, “Estou saindo porque com um trabalho tão privilegiado vem uma grande responsabilidade. A responsabilidade de saber quando você é a pessoa certa para liderar – e também quando não é". Falamos muito sobre a importância da determinação, da perseverança, da resiliência, da tenacidade. Sem dúvida, qualidades fundamentais para se atingir objetivos e ir mais longe, e que fizeram de Jacinda uma grande líder e referência para tantas outras mulheres. Por outro lado, falamos muito pouco sobre a importância de desistir. De parar, de falar não. E a verdade é que a mesma determinação que nos faz persistir em coisas que valem a pena, muitas vezes nos cega, insistindo em coisas que já não valem a pena. Jacinda nos mostra que tão importante quanto saber quando persistir, devemos saber quando desistir. Terminei recentemente o livro Quit (ainda sem tradução para o português), de Annie Duke, especialista em processos de decisão e ex-jogadora profissional de poker. Segundo a autora, temos um viés inconsciente contra desistir. Afinal, “desistir é para os fracos”. E com esse pensamento, seguimos em frente com projetos que já não fazem mais sentido. Vamos atrás de metas projetadas em cenários que já mudaram. Ficamos em empregos que já não nos fazem felizes. Um exemplo que a autora traz no livro é a nossa resistência contra abandonar projetos que começamos. E se fomos nós que os criamos, o apego é ainda maior. Recebemos todos os dados e sinais de que aquilo não deve ir pra frente, mas insistimos. Em vez de parar, investimos ainda mais tempo e recurso para tentar salvar a nossa ideia. Em vez de assumirmos o “sunk cost” (do inglês, custos irrecuperáveis), aumentamos o nosso comprometimento com algo que não vai pra frente. Como o empreendedor que torra até o último centavo que tem em caixa, em vez de fechar a startup e devolver aos investidores o que sobrou do investimento. Ele já sabe que o negócio não vai virar - mas acha que precisa tentar até o fim. Certa vez, no km 16 de uma meia-maratona, machuquei meu joelho. Terminei a prova chorando de dor, mas fui até o fim. Faltava tão pouco! Essa persistência, que me ajudou a chegar no meu objetivo, me custou três anos de recuperação e inúmeras sessões de fisioterapia. Arrisquei uma lesão mais séria, só porque tinha uma meta, porque não queria desistir. Achamos que persistir é sinônimo de força de caráter. E assim, corremos até o fim da prova, mesmo quando o nosso corpo diz para parar. Passamos anos em relacionamentos (com pessoas ou com empresas) que nos fazem mal, ambientes tóxicos, valores que não conversam com os nossos. Mesmo nas pequenas decisões - parar de ler um livro, sair do cinema no meio do filme, não terminar um prato que não gostamos. Continuamos, simplesmente porque não queremos tomar a decisão de desistir. A reflexão que Annie Duke traz no livro, e que me veio à mente quando soube da saída de Jacinda, é que não decidir sair é decidir continuar. Ficar até o final do filme implica na perda de algumas horas que poderiam ser usadas para outra atividade que te deixaria mais feliz, mas provavelmente tem um impacto pequeno na sua vida. Mas ficar em um emprego que já não te faz feliz é decidir não usar seu tempo e energia em outro lugar ou atividade. E o exemplo de Jacinda mostra como é importante se ouvir para saber quando persistir e quando desistir. Mais do que tudo, acredito que precisamos atualizar a nossa definição de sucesso. A vida é muito curta, e talvez sucesso não seja ir até o fim, mas sim se colocar em primeiro lugar e desistir daquilo que não te faz bem. E com essa decisão, Jacinda é mais uma vez exemplo e inspiração. Porque desistir é para os fortes. Link: https://amzn.to/3WdokSU

  • Quem Sabe Faz a Hora! - Mario Sergio Cortella

    A paz não é a ausência de conflito, é a ausência de confronto. Não conhecia muito do trabalho do Mario Sergio Cortella até assistir seu painel no WebSummit. Fiquei impressionada - não só com ele, mas com a quantidade de gente em pé ao redor assistindo. Um filósofo, lotando uma sala em um evento de tecnologia. Comprei logo seu livro mais recente, “Quem Sabe Faz a Hora!”, no qual Cortella fala sobre o mundo do trabalho pós-pandemia. É um livro de leitura fluida, fácil mesmo, e recheado de reflexões importantes. Gostei muito da clareza com que ele fala sore CONFLITO e CONFRONTO. Segundo Cortella, “Conflito é a divergência de posições na qual se busca construir um consenso.” É diferente do confronto, que tem como objetivo derrotar ou anular a outra pessoa. O conflito é parte de um processo criativo, pois leva a um crescimento de ideias e percepções, a um aumento de repertório, e a resultados melhores. Passa, claro, por argumentar e defender pontos de vista, mas também por escutar - e estar aberto a ouvir aquilo que não concordamos ou que “fere a nossa vaidade”. Ambientes onde o conflito é sufocado ou mascarado não são saudáveis. Mais do que isso - podem levar a várias das doenças que vem hoje no mundo corporativo, como o stress e burnout. Se não existe espaço para discordância - principalmente quando se trata de questões que ferem com seus valores - o melhor a fazer é sair. Mesmo que isso implique em algumas dificuldades, é melhor sempre manter a sua reputação intacta. Como diz o autor, “esse é um patrimônio pessoal intocável”. Por fim, a clareza, a ponderação e a capacidade argumentativa do autor são incríveis. Só uma coisa me incomodou um pouco no livro: por tratar de um assunto tão genérico como o mundo do trabalho, o livro acaba abordando uma variedade muito grande de temas. Começa com o trabalho remoto, passa por liderança, propósito e protagonismo e vai até atendimento ao cliente e fidelização. Em um livro tão curto, obviamente fica faltando um aprofundamento maior em cada tópico. De qualquer forma, vale a leitura, não só para líderes e empreendedores, mas para qualquer um que queira ser protagonista na própria carreira. #carreira #competências #websummit Link: https://amzn.to/3Qr4qjo

  • A Startup Enxuta - Eric Ries

    Um livro obrigatório para todo mundo que está envolvido no mundo de startups - seja como empreendedor, seja como investidor - é o The Lean Startup (A Startup Enxuta), do Eric Ries. Hoje, no Café com Capital da Bossanova Investimentos, mais uma vez esse foi o livro recomendado. Dessa vez, pelo Flavio Dias, ex-CEO da Via Varejo e atual Partner e Strategic Advisor da Facily, unicórnio brasileiro que teve - impressionante - apenas uma semana entre a série A e série B. O Flavio contou diversas histórias sobre a sua trajetória, desde a criação do primeiro e-commerce da Philips e do WalMart no Brasil, até ter visto de perto o nascimento de empresas como a VTEX e a Olist. Em um determinado momento, quando esteve à frente da criação do primeiro banco digital do Brasil, ele distribuiu o livro The Lean Startup para toda a liderança, para que entendessem alguns dos princípios básicos do empreendedorismo no mundo da tecnologia, como a importância de entender rapidamente o que os clientes querem, lançar o MVP (minimum viable product), entrar no ciclo de iterações (construir-medir-aprender), testar hipóteses e validar o quanto antes a escalabilidade do modelo. É claro que, numa apresentação assim, não podia faltar uma anedota: o diretor do tal banco digital que queria contratar 800 gerentes para ir pessoalmente com tablets, em vez de papel, abrir as contas dos novos clientes digitais. Obrigada Celio Oliveira pelo convite e parabéns pelo excelente evento! Como mentora de startups pela Endeavor Brasil e investidora pelo GVAngels, é sempre muito rico estar nesse ambiente e aprendendo com pessoas que são referências no setor. Link: https://amzn.to/3Ugusat

  • O Homem Mais Rico da Babilônia - George Samuel Clason

    "O Homem Mais Rico da Babilônia”, de George Samuel Clason, foi um daqueles livros que peguei pra ler com um pouco de preconceito. Mas a curiosidade venceu quando descobri que - apesar de autoajuda - era um livro de fábulas, passadas na antiga Mesopotâmia (lembra da “terra entre rios”, do Tigre e Eufrates, da aula de história?). Pois bem. O livro é curtinho, fácil de ler (talvez até um pouco repetitivo), e traz conselhos meio óbvios, como gastar só com o que é necessário (e não com tudo que desejamos) e investir somente em matérias que você entenda ou seguindo conselhos de especialistas (sem cair em esquemas que prometem enriquecimento rápido e fácil). Ele recomenda também economizar pelo menos 10% de tudo que você ganha, e ter um plano para a aposentadoria. Não acredito que seja o livro que vai te fazer um milionário (se é que isso deveria ser o desejo de alguém), mas são conselhos sobre gestão do dinheiro válidos ainda hoje, e que - no mínimo - vão te ajudar a ter alguma segurança financeira. Agora a dica que eu mais gostei de ver nesse livro, e que fará uma grande diferença na vida de quem aplicar, é: ESTUDE. Isso sim pode aumentar a sua capacidade de ganhar dinheiro e acumular riquezas. PS: Aproveita pra dar umas boas risadas quando encontrar uns trechos sobre a obrigação do homem de sustentar uma boa esposa. Lembra que as fábulas são passadas antes de Cristo, e o próprio livro foi publicado há quase cem anos, e dá esse desconto pro autor. Link: https://amzn.to/4d8vEFf

  • Vida 3.0 - Max Tegmark

    Quem tem medo da Inteligência Artificial? Na última semana, os feeds do Instagram foram tomados por carrosséis de imagens futurísticas, de selfies com traços finos, pessoas transformadas em fadas, astronautas ou pinturas renascentistas. Trata-se do lensa.ai, plataforma de inteligência artificial que cria imagens usado fotos enviadas pelos usuários. No LinkedIn, as opiniões se dividiram entre os que aplaudiram a capacidade de gerar receita em escala - já que a tal lensa.ai cobra por essa funcionalidade - e os que trouxeram críticas aos termos de uso do aplicativo, que aparentemente incluem a cessão irrevogável das imagens criadas. Toda essa discussão me lembrou o livro Life 3.0, do Max Tegmark, um fisicista teórico do MIT. Não vou mentir - esse é o livro mais difícil que já li. Tem um capítulo que vai de Dyson Spheres a Cosmic Engineering. Em outro, ele discute Aristóteles, o Bhagavad Gita, o Utilitarismo e o objetivo final de termos a tal superinteligência. Minha mente girava como se estivesse num buraco negro - se é que cabeças giram dentro do buraco negro. Acho que faltei nessa aula. Afinal - viagens quântica-sociológicas à parte - o que é a tal Vida 3.0? Para explicar, vou voltar à Vida 1.0, que o autor define como sendo a vida puramente biológica. Como a das bactérias. Organismos que crescem e se reproduzem, mas que mudam muito pouco, apenas através de seleção natural, após muitas e muitas gerações. São organismos que não têm a capacidade de mudar seus softwares, nem seus hardwares. A Vida 2.0 é aquela que vivemos hoje. Não apenas sobrevivemos, mas também, como humanos, somos flexíveis, aprendemos novos skills, nos adaptamos - como se estivéssemos fazendo uma atualização do nosso software. Da vida 2.0, nasceram a linguagem, a imprensa, a ciência moderna, a internet. Nosso hardware biológico, no entanto, ainda tem muitas limitações. Podemos até usar um marca-passo, mas não temos a capacidade de viver um milhão de anos, de memorizar toda a Wikipedia, nem de fazer uma transformação radical e nos tornarmos 10.000 vezes menores (a não ser que você viva em um certo filme da Marvel). A Vida 3.0 é essa: a que tem a capacidade de mudar não só o seu próprio software, mas também o hardware. E é aqui que entra a Inteligência Artificial. Já criamos máquinas com redes neurais, que se atualizam sozinhas: computadores autodidatas que aprendem a jogar xadrez. É a “narrow AI”, um gostinho que vai ser a “Artificial General Intelligence”, ou AGI - quando as máquinas terão a capacidade de realizar tarefas cognitivas tão bem quanto humanos. A partir daí, poderemos ter superinteligência e seres com Vida 3.0. Talvez ainda neste século. Ainda não sabemos se é uma questão de “SE” ou de “QUANDO”. Alguns são céticos, pessimistas e entendem a discussão como precipitada. Outros acreditam que esse é o próximo passo natural para a humanidade - e acreditam que seja para melhor. No meio, está o autor - e nomes conhecidos como Stephen Hawking e Elon Musk - que acreditam que esse pode ser um movimento positivo, mas que precisa ser estudado e discutido antes que a tecnologia seja desenvolvida. A única certeza que temos hoje é que a tecnologia vai transformar a forma como vivemos e trabalhamos. Hoje já existem diversas plataformas como a lensa.ai, que criam imagens e até textos inteiros através de inteligência artificial. Os resultados são impressionantes. Será um início de Vida 3.0: máquinas criando aquilo que pensávamos que só humanos poderiam conseguir? No livro, de 2017, o conselho do autor para quem está começando uma carreira é seguir por áreas onde as máquinas não são boas - aquelas que envolvem pessoas, falta de previsibilidade e criatividade. Ao ver as imagens criadas pela inteligência artificial, vale questionar se esse conselho ainda é válido. Link: https://amzn.to/3w5F6ss

  • The Culture Map (O Mapa da Cultura) - Erin Meyer

    Um dos meus livros favoritos sobre diferenças culturais, The Cultural Map, da professora do INSEAD, Erin Meyer, é um livro útil não apenas para quem vive no exterior, mas também - e talvez ainda mais - para pessoas que trabalham em equipes multiculturais. O livro oferece oito escalas culturais comparativas sobre temas como comunicação, construção de confiança, dar feedback, persuadir e discordar. Para a “tomada de decisões”, por exemplo, a escala vai de “consensual” (onde há países como o Japão ou a Holanda) a “de cima para baixo” (onde se encontram a China e a Índia). Em cada tópico, a autora mapeia as diferenças entre as culturas de uma forma às vezes anedótica, mas sempre divertida. Claro que existe a história de um brasileiro que chegou “educadamente” meia hora atrasado à casa do chefe para um jantar de equipe. Mas o melhor assunto, para mim, foi o de feedback. Não dá pra não rir com “o estilo de avaliação francês é direto, com feedback franco e honesto, sem elogios” e lembrar algumas das coisas que ouviu dos chefes franceses (e como se sentiu na época). Uma das melhores passagens do livro pra mim foi “Falando francamente: um presente ou um tapa na cara?”. Dweck conta a história do executivo holandês que deu um feedback franco – mas muito duro – a um colega holandês, expondo as fraquezas do homem na frente de um grupo de outros executivos. Embora os americanos tenham ficado chocados e considerado inapropriado, o holandês que recebeu o feedback apreciou o fato de o colega ter sido tão honesto e transparente: “Um feedback como esse é um presente”. É claro que cada indivíduo é único e haverá exceções a qualquer generalização cultural. Mas entender as diferentes culturas sem dúvida melhora a forma como trabalhamos e nos relacionamos em equipas globais. Como você pode ver pela foto, meu livro está bastante desgastado, considerando quantas vezes voltei nele pra aprender mais um pouquinho. Link: https://amzn.to/4aOsHIy

  • Onde os Sonhos Acontecem - Bob Iger

    Sem dúvida, um dos melhores livros de negócios e liderança que já li é "Onde os Sonhos Acontecem", do Bob Iger. Foram mais de 40 anos de carreira até chegar ao topo da The Walt Disney Company, a maior companhia de entretenimento do mundo. Nessa autobiografia, ele conta como foi seu caminho, os desafios e as suas estratégias na compra da Marvel, Pixar e Lucasfilm. Aproveitando que ele está voltando a assumir a cadeira de CEO da #Disney, vou resumir aqui os 10 princípios que ele traz como necessários para a verdadeira liderança: 1. Otimismo: manter um entusiasmo pragmático para motivar e energizar as pessoas. 2. Coragem: correr riscos - "o medo do fracasso destrói a criatividade". 3. Concentração: dedicar tempo e energia para o que é prioridade, e comunicá-las claramente. 4. Determinação: tomar a implementar decisões - "a indecisão crônica não só é ineficiente e contraproducente, como também profundamente corrosiva para a moral". 5. Curiosidade: descobrir novas pessoas, lugares e ideias, e entender a dinâmica de mudança do mercado. 6. Justiça: tratar as pessoas de forma justa, decente, e com empatia. 7. Ponderação: dedicar tempo para desenvolver opiniões bem fundamentadas. 8. Autenticidade: ser genuíno para ganhar respeito e confiança. 9. Busca incansável pela perfeição: recusar a mediocridade e se esforçar para melhorar sempre. 10. Integridade: estabelecer altos padrões para tudo - "o modo como você faz qualquer coisa é o modo como você faz todo o resto". Curiosa para ler os próximos capítulos que Bob Iger vai escrever na história da Disney! Link: https://amzn.to/4ba3R5v

  • Os Segredos da Disney - Dan Cockerell

    Ontem foi dia de voltar à ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing e tietar o Dan Cockerell, ex-Presidente do Magic Kingdom da The Walt Disney Company e autor do livro “Os Segredos da Disney para encantar e fidelizar seus clientes”. Saí com o livro cheio de anotações! Dividindo algumas aqui: 1 - Entregar as expectativas básicas muito bem, de forma consistente, através de processos, disciplina, checklists e mensuração. 2 - Diferenciar-se do mercado, através de uma conexão emocional, fazendo as pessoas se sentirem especiais. 3 - Contratar, treinar, dar as ferramentas certas e tratar bem os funcionários - com destaque para a importância de contratar pessoas com a atitude correta, os “solucionadores de problemas”. 4 - Ter um #propósito comum para todos os funcionários, independente do departamento: fazer da Disney o lugar mais mágico do planeta Terra! (E quem já foi, sabe que eles fazem isso muito bem!) 5 - Estabelecer prioridades claras e alinhadas por toda a organização; no caso: Segurança, Cortesia, Espetáculo e Eficiência. 6 - Cultura (ou “the way things are done”) e liderar dando o exemplo: ele próprio saía “a campo” todos os dias e dava voltas pelo parque, para ver de perto o que acontecia fora das salas de reunião e dos PowerPoints. Acredito que todos esses são aprendizados que valem para qualquer setor ou negócio. Link: https://amzn.to/3w9vI78

  • O Poder da Empatia - Roman Krznaric

    Eu tive uma gravidez tranquila, sem muitos enjoos ou dores; minha neném crescendo saudável e conforme o esperado. Então, quando ela nasceu e precisou ir para a UTI, foi um grande susto. Ela passou cerca de 10 dias internada, com hipoglicemia e dificuldade para ganhar peso. Eu tive alta, ia e voltava do hospital todos os dias. Tirava leite para que ela pudesse mamar sem fazer muito esforço. E sofria a cada noite que chegava em casa sem a minha filha nos braços. Um dia, no hospital, uma das outras mães da UTI me perguntou o que ela tinha. Eu contei, falei que estava lá há cerca de uma semana; que estava sendo muito difícil para a gente. Ela me olhou e disse: "Ah, você não é mãe de UTI de verdade. Eu estou aqui há dois meses, e não tenho previsão de quando meus gêmeos terão alta.". Fui para o lactário. Encontrei outra mãe, que também me perguntou há quanto tempo eu estava lá e o que a neném tinha. E - ouvindo exatamente a mesma história - ela me disse: "Nossa, deve estar sendo muito difícil pra você. Eu tive gêmeos, sabia desde o início da gravidez que eles ficariam internados por um tempo. Você não estava preparada para isso." Uma mesma situação, e duas atitudes tão diferentes. Lembrei muito dessa história quando li "O poder da Empatia", de Roman Krznaric. Entre muitos aprendizados sobre o poder da empatia, um que me marcou foi sobre esse desejo narcísico de superar o outro. Não pretendo avaliar se a dor de uma mãe é maior ou menor que a outra. Até porque não acredito numa régua universal para medição da dor. Mas - independente do quanto já sofremos ou estamos sofrendo - sempre podemos ouvir com presença e empatia, nos concentrando nos sentimentos da outra pessoa, compreendendo as necessidades dela, sem precisar competir ou ganhar como "quem sofre mais". A história que divido aqui é pessoal, mas a lição vale para nossa vida corporativa também. Esse é um daqueles livros que todo líder deveria ler, para entender que cada ser humano é único, e merece ser ouvido e compreendido como tal. Link: https://amzn.to/4b7uPut

©2024 por Fernanda M Schmid

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