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- Um de Nós Está Mentindo - Karen M. McManus
“Você descobre quem são seus verdadeiros amigos quando coisas assim acontecem.” Não, essa frase não é de nenhum livro de auto-ajuda, mas de um romance-thriller adolescente: “Um de Nós Está Mentindo”, da autora americana Karen M. McManus. Comprei esse livro para ler com a minha sobrinha de 12 anos, no nosso Clube do Livro. O combinado era ler só até o final da parte 1 semana passada - mas eu não aguentei e devorei o livro inteiro! Sim, o livro é uma dessas histórias de adolescente americano, no melhor estilo Gossip Girl - com todo clichê do garoto popular e da menina estudiosa que quer entrar numa faculdade Ivy League. Mas ele é tão bem escrito que você não consegue largar! Eu sei que não é o tipo de livro sobre o qual eu geralmente falo por aqui, mas gostei tanto que achei que valeria compartilhar - nem que seja como dica para quem vai presentear um adolescente. Sobra a frase lá em cima, fica a reflexão, que vale muito além do contexto do livro! Link: https://amzn.to/49QBNDg
- O Cérebro da Criança - Dan Siegel e Tina Bryson
Toda vez que ouve o interfone tocar, a minha filha, de dois anos, abre um sorriso e fala “batata”! Eu sei, ela não deveria estar comendo batatinha frita nessa idade (talvez nem a gente, ou pelo menos não com tanta frequência). Mas por mais que seja errado, não tem como não achar engraçada essa associação imediata que ela faz do interfone com o delivery. Neurônios que disparam juntos, se ligam juntos. Essa é uma das lições que aprendi com o livro “O Cérebro da Criança”, de Dan Siegel e Tina Bryson. O mais legal desse livro é que os autores conseguem traduzir conceitos super avançados de neurociência de uma forma bem didática e fácil de entender. A minha preferida foi a explicação do cérebro como uma casa de dois andares. No andar de baixo (tronco central e região límbica), ficam a cozinha, a sala de jantar, o banheiro, etc - as áreas responsáveis por atender as nossas necessidades mais básicas. Já o andar de cima (córtex cerebral), é como uma biblioteca repleta de janelas, que permitem ver tudo com mais clareza, e pensar, imaginar, planejar. Enquanto o andar de baixo já nasce “pronto”, o andar de cima só fica totalmente maduro quando a pessoa chega aos vinte e poucos anos. Como pais, a gente precisa ajudar os filhos a construir a escada do andar de baixo pro andar de cima. Com analogias assim, os autores explicam conceitos como neuroplasticidade ou neurônios-espelho - e trazem várias dicas do que fazer naqueles momentos de ansiedade, drama ou de birra. Ganhei esse livro ainda na gravidez, mas só agora consegui ler. Não paramos ainda de pedir batata frita no delivery, mas pelo menos aprendemos a disfarçar a risada e mudamos o foco pra ela pensar em outra coisa… Link: https://amzn.to/3JzKJCi
- Criatividade S.A. - Ed Catmull
“Acredite, você não quer estar numa empresa onde exista mais sinceridade nos corredores do que nas salas onde as ideias ou assuntos mais fundamentais estão sendo discutidos.” Das muitas lições que o livro Criatividade S.A. traz, essa é uma das mais fortes. Poucas vezes vi um livro de negócios sendo tão preciso na importância da transparência e da honestidade para gestão de uma empresa. A obra é uma espécie de autobiografia de Ed Catmull, um dos fundadores da Pixar e atual Presidente da Pixar Animation e Disney Animation. E sim, ele fala bastante também de outras ferramentas e princípios que fizeram da Pixar o sucesso que todos conhecemos - como colocar a história sempre em primeiro lugar (“Story is King!”) e prezar pela absoluta excelência. Mas a grande reflexão que o livro me deixou foi sobre a importância da franqueza para criar um ambiente de trabalho que fomente a criatividade e a resolução de problemas. Tem um capítulo inteiro só sobre Franqueza e da Honestidade. Quem nunca esteve em um ambiente que desencoraja as pessoas a falarem a verdade para aqueles em posições hierarquicamente mais altas? Ou que não falou o que pensava durante uma reunião, por receio de ser repreendido? Para evitar essa falta de confiança e possibilitar que as pessoas dêem o melhor de si e façam seu melhor trabalho, Ed Catmull encoraja todos a falarem a verdade - mesmo que isso seja desconfortável. Uma das práticas é ensinar as pessoas que “YOU ARE NOT YOUR IDEA”, ou seja, você não é a suas ideias. Se você se achar parte dela, vai se ofender quando ela for criticada. É claro que os feedbacks precisam ser focados na ideia, e não na pessoa. Mas as pessoas precisam estar preparadas pra ouvir as verdades, e retrabalhar (ou desapegar completamente!) da própria ideia. Sem essa abertura, de nada adianta franqueza e a transparência. Outro ponto é permitir que as pessoas errem. E aqui ele fala não só sobre “Fail Fast” (errar rápido) ou “aprender com os erros”. Mas também sobre os líderes admitirem seus erros - fundamental para criar um ambiente seguro para as pessoas errarem (e mais um exemplo de franqueza e honestidade). Muitas vezes, em ambientes onde existem coisas boas, as pessoas escondem o que sentem sobre as ruins. Mas são essas as coisas que, com o tempo, afetam os times e o clima da empresa. Para construir esse clima de segurança psicológica que inspira a criatividade, é preciso franqueza e honestidade não só com relação às coisas boas (que todos contam no LinkedIn), mas também às nem tanto (que circulam só nos grupos de WhatsApp). Recomendo a leitura, não só para profissionais de marketing ou da indústria criativa, mas pra todos que se interessam pela criação de culturas corporativas fortes e engajadoras. Link: https://amzn.to/4dbaMxe
- Authentic Inclusion - Frances West
Entre os muitos absurdos que ouvi sobre o festival de música desse final de semana, um não foi falado o suficiente: o descaso com cadeirantes e demais portadores de necessidades especiais. Soube através de um grupo de WhatsApp do caso de uma mulher cadeirante que foi sozinha ao festival. O depoimento dela é de causar indignação: não haviam rampas de acesso para as ativações de marcas, e nem mesmo para acessar a área destinada a PCDs! Os banheiros acessíveis ficavam distantes e, segunda ela, não fechavam as portas! Até para ir embora ela precisou de ajuda dos seguranças. Li recentemente o livro “Authentic Inclusion Drives Disruptive Innovation”, da Frances West, (comprado em Austin, na livraria do SXSW). Apesar de não ter curtido muito o estilo de escrita da autora - parece um pouco uma tese de doutorado - valeu a leitura pois as mensagens que ela traz sobre inclusão são super relevantes. Se fossem aplicadas por todas as empresas, certamente não veríamos casos como esse que ocorreu no festival. Um desses conceitos que ela apresenta é o de DESIGN FOR EXTREMES. “Desenhar para os extremos” consiste em pensar e incluir os “usuários extremos” na criação de um produto ou serviço. Em vez de fazer algo que atenda à média da população, quando criamos algo que funcione também para quem tem necessidades especiais, melhoramos o produto para todos. Por exemplo, se adicionamos Closed Caption (aquelas legendas que incluem, além das falas, a descrição dos ruídos, como cachorro latindo, com de explosão, etc), não só incluímos aqueles com dificuldades auditivas, mas também aqueles que precisam assistir a um conteúdo sem som. Quem é mãe, como eu, sabe bem a importância disso! Outro exemplo é o de preparar os espaços para a inclusão de cadeirantes. Se um espaço funcionar pra quem usa cadeira de rodas, ele com certeza funcionará melhor também todos os outros: desde pessoas que não podem forçar o joelho subindo escadas, até quem está carregando uma mala pesada ou - mais um exemplo de mãe - quando você está com um carrinho de bebê. É por isso que concordo com a autora que inclusão e diversidade não deveriam simplesmente ser um tópico do RH, baseado unicamente em compliance e no cumprimento de cotas. Se mais empresas tivessem o “departamento” de inclusão em áreas como pesquisa, inovação, ou experiência do cliente, poderíamos garantir que melhores produtos ou serviços seriam desenvolvidos para todos. Link: https://amzn.to/49U0jU7
- Glück - Karin Hueck e Fred di Giacomo
Sobre se dar o Presente do Tempo Um dia você faz 40 anos e percebe que chegou naquilo que alguns (alienados) ainda chamam de meia-idade. Alguns entram em crise; quem pode, compra um Porsche ou faz uma lipoaspiração. Eu decidi me dar um presente: Tempo. Depois de alguns anos emendando uma oportunidade na outra, uma responsabilidade na outra, uma reunião na outra, percebi que precisava respirar. Entre pandemia, gravidez, mudança de empresa, viagens a trabalho, metas agressivas e incontáveis compromissos, tudo vinha antes de mim mesma na minha lista de prioridades. A maneira como você passa os seus dias é a maneira como você passa a sua vida. Sempre fui muito disciplinada, e hábitos como a Yoga e meditação, que pratico todos os dias pela manhã, sempre ajudaram a manter a minha saúde, física e psicológica, no lugar. Mas percebi que, na correria do dia-a-dia, tinha despriorizado diversas das coisas que me nutriam: viajar, estudar, ler e escrever, passar tempo com a família. De repente, surgiu a necessidade de não deixar mais a vida caminhar no piloto automático. Num alinhamento de astros daqueles que só acontecem para quem acredita no poder da sincronicidade do Universo, meu marido poderia tirar um tempo também, e minha filha, de pouco menos de dois anos, não ia perder nada de muito importante pro ENEM faltando um mês na escolinha. Fizemos as malas e fomos pra Itália. Psicólogos já concluíram que as pessoas que viajam são mais felizes. Mas viajar com uma criança pequena é muito mais difícil do que simplesmente pegar um mochilão e sair por aí. Tudo tem que ser pelo menos um pouco mais planejado, os horários são mais difíceis, tem um limite do quanto podemos fazer a cada dia. E isso é maravilhoso. Somos a soma das nossas experiências. Passeamos por dois meses, “moramos” em pelo menos 15 casas diferentes, visitamos mais de 20 cidades: das tradicionais Milão, Veneza, Florença, Roma, até as mais pequeninas e fora do circuito tradicional, como Matera, Alberobello e Urbania, onde paramos para a festa da Befana (bruxa), tradicional celebração do Dia de Reis na Itália. Sem pressa, conhecemos restaurantes de bairro, fomos ao mercado e cozinhamos em casa. Passamos alguns dias visitando museus e outros deitados no sofá, lendo. Pratiquei Yoga todos os dias, com um tapete que comprei logo que chegamos: um transtorno para carregar nas viagens de trem, e que ficou por lá no último AirBnb que nos hospedamos. Terminei alguns cursos que queria fazer há tempos, e pratiquei meu italiano (ainda macarrônico) em cada livraria que visitamos, pedindo recomendações de novos livros. Falando em livros: antes de ir, reli alguns trechos de um livro chamado GLÜCK, da Karin Hueck e Fred di Giacomo (de one tirei as frases em destaque aqui desse texto). A palavra “Glück”, em alemão, significa ao mesmo tempo Felicidade e Sorte. E é justamente sobre isso que eles tratam no livro: o ano sabático que eles passaram em Berlin, e o que esse período ensinou sobre a felicidade. Já emprestei (e peguei de volta!) esse livro várias vezes desde 2018. Recomendo a leitura não só para quem pensa em tirar um tempo sabático, mas pra qualquer um que queira entender um pouco mais sobre psicologia positiva e essa tal eterna busca pela felicidade. Esse é um tema que eu adoro, mas que reconheço que é difícil de se aprofundar sem recorrer a cursos, livros super longos e técnicos ou a clássicos da filosofia e do budismo. Nosso trabalho é parte fundamental da nossa personalidade e de quem somos. Sempre dei muita importância à minha carreira e ao meu crescimento profissional - e isso não mudou. Foi difícil recusar algumas das oportunidades que surgiram nesse tempo, mas que me obrigariam a interromper a viagem e esse tempo que me dei de presente. Tampouco pude passar um ano inteiro fora. Não só precisaria gastar muito das minhas economias, mas adoro trabalhar, e alguns compromissos (ainda que não no tradicional formato CLT) me chamavam de volta para casa. Ninguém volta de uma viagem da mesma forma que a começou. Esses dois meses regados a Carbonaras, Chiantis, Michelangelos e Librerías foram a parada que eu precisava para me reenergizar, fazer coisas que eu amo, aproveitar o tempo com o meu marido e minha filha (que está crescendo tão rápido que roupas do início da viagem já não serviam mais no final). De volta a São Paulo, continuo aproveitando cada minuto do meu tempo, de forma muito mais presente e feliz, e com o privilégio de poder tomar decisões sem pressa. Como a Karin e o Fred falam no livro: “Ter uma atitude positiva em relação ao presente nos dá uma vantagem competitiva sem limites”. Link: https://amzn.to/4df8AoC
- Hábitos Atômicos - James Clear
Todo dia ela faz tudo sempre igual De todos os livros sobre hábitos que já li, “Hábitos Atômicos”, de James Clear, é disparado o meu favorito. É verdade que muita da ciência que ele mostra você já viu antes, em títulos como “O Poder de Hábito” ou “Flow”. O que fez então desse livro um sucesso tão grande? Eu acredito que seja a metodologia simples que ele propõe, com quatro leis para a formação de um hábito: deixá-lo (1) claro, (2) atraente, (3) fácil e (4) satisfatório. Poderia citar vários trechos com os quais me identifiquei, como quando ele fala do “empilhamento de hábitos”: fazer todos os dias as mesmas coisas, na mesma ordem, deixando o comportamento automático. Muito eu, no melhor estilo “Todo Dia Ela Faz Tudo Sempre Igual”, acordar cedo, meditar, Yoga, Cardio, arrumar a filha pra escola, etc… Mas o mais legal do livro são as dicas de como se livrar de um mau hábito, invertendo as mesmas quatro leis - devemos deixar o hábito (1) invisível, (2) desinteressante, (3) difícil e (4) insatisfatório. Lembro uma época em que eu escondia o chocolate da casa em um armário super difícil de acessar, em cima da geladeira, atrás dos copos de cristal. Sem ver o chocolate, o ciclo da dopamina nem começava! E se algum outro estímulo ainda me fizesse lembrar, só de pensar no trabalho pra pegar, eu desistia! Pensando agora se não deveria voltar a esconder o chocolate da casa… Link: https://amzn.to/4b6p940
- Úrsula - Maria Firmina dos Reis
Ontem, 25 de Julho, foi Dia do Escritor e Dia da Mulher Negra Latino-americana, mas em meio à correria do trabalho, o pouco que consegui parar para pesquisar e me informar sobre a origem das datas não foi suficiente para me dar um mínimo de propriedade para falar aqui. Por isso, resolvi aproveitar a data para falar sobre um livro - maravilhoso - de uma escritora mulher negra latino-americana, escrito em 1859. E não de qualquer livro, mas de Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora negra brasileira. A obra não fica em nada atrás de outros livros do Romantismo brasileiro, como os clássicos de José de Alencar ou Álvares de Azevedo. Aliás, pelo contrário: acho até que colocaria esse livro à frente em qualidade de todos os outros do nosso Romantismo. E não é só porque eu sou feminista, mas porque ele ensina mais do que a gente aprendeu sobre esse período literário na escola. Além do romance impossível, idealizado, o livro trata também de questões da escravatura - assunto que, no restante da literatura, só foi aparecer anos depois. Um fato curioso (e triste) sobre esse livro é que ele ficou perdido, esquecido na história (como com certeza tantas outras obras de autoras mulheres negras) e foi encontrado por acaso, já nos anos 60, em um sebo. Só então foi que a obra passou a ser estudada nas universidades de Letras, e só muito recentemente passou a ser leitura obrigatória em alguns vestibulares. Fica então a dica de livro da semana, para comemorar o dia 25 de Julho! Link: https://amzn.to/3UuQ5oK
- Pense de Novo - Adam Grant
Um dos meus conceitos preferidos do mundo da economia e das finanças é o de “sunk costs”, ou “custos irrecuperáveis”. É aquele investimento que já foi feito, e você não tem como recuperar. Maquinário já comprado, software já metade desenvolvido, despesas de marketing já realizadas. E um dos maiores erros que cometemos como executivos é o apego a essas decisões do passado – o excesso de comprometimento com o plano inicial, só porque recursos já foram investidos em um determinado projeto. A mesma coisa acontece em nossa vida pessoal. Nos apegamos ao dinheiro que já gastamos em um curso, ou ao tempo que já passamos em um relacionamento ou em um emprego, mesmo quando eles já não conversam com o que queremos para o futuro. Em uma eterna escalada de compromisso, investimos ainda mais em planos que não aconteceram como o planejado. No livro “Pense de Novo”, Adam Grant nos convida a repensar algumas dessas nossas crenças. Com exemplos que vão do esporte à educação infantil, o autor mostra a importância de saber o que não sabemos, e repensar aquilo em que acreditamos - inclusive nossos planos. Mais do que isso, ele nos desafia a ancorar a nossa identidade na flexibilidade, e não na consistência. Isso não significa renunciar a nossos valores ou princípios – mas sim, abrir a cabeça e desafiar as convicções que se construíram ao longo das nossas vidas, dentro do "ciclo de reafirmação" em que pensamentos, ideias ou projetos diferentes dos nossos foram consistentemente ignoradas. Sempre acreditei a valorizei muito a tenacidade, a paixão e a perseverança. E continuo acreditando; são princípios que fazem parte de quem eu sou. Mas, ao longo dos últimos anos, percebi que existem múltiplos caminhos para um mesmo fim – e múltiplos fins para um mesmo ponto de partida. Aprendi a não insistir mais em planos que já não faziam sentido, em relacionamentos que não eram saudáveis e ambientes de trabalho que eram tóxicos e destrutivos. Em vez de pensar nos custos irrecuperáveis, aprendi a buscar ambientes onde exista segurança psicológica e não repressão; pessoas com quem eu possa ser quem eu sou, sem medo de sofrer repressões; e novos planos, que – se eu parar e pensar de novo – podem mudar de novo e de novo e de novo... Link: https://amzn.to/4d9QYu6
- Purple Cow (A Vaca Roxa) - Seth Godin
Mais uma campanha de publicidade gerando polêmica nos grupos de WhatsApp de marketeiros, com discussões calorosas. Gente atacando, gente inconformada, e até gente defendendo - afinal, a “intenção foi boa, o problema foi a execução”. Tudo isso me lembrou desse livro, “Purple Cow”, do Seth Godin, um dos mais famosos gurus do Marketing atual. Na obra, do início dos anos 2000, o autor fala que, em um mundo saturado de mensagens de marketing, é necessário criar algo notável, algo sobre o qual as pessoas queiram falar. Ele então desafia os profissionais de marketing a sair da zona de conforto, a ousar e a inovar, a criar uma "vaca roxa" em vez de apenas mais uma "vaca comum". 20 anos depois e o tal “talkability” está em dez entre dez briefings de criação. Certamente estava nesse. Não é a primeira campanha desesperada para chamar a atenção que vejo recentemente. Campanhas que geram conversas, geram discussões - talvez mais dentro da nossa bolha marketeira do que no mundo real? Não sei. Duvido um pouco da relevância e da capacidade de gerar impacto de campanhas pontuais. A dúvida só aumenta quando as mensagens não são autênticas ou tentam “lacrar” demais, adotando causas sobre as quais não têm nenhuma propriedade, fazendo muito barulho e gerando nenhum impacto. E nessa briga pra virar trending topic, nessa busca pelos recordes de views e pela atenção momentânea, as marcas perdem a oportunidade de fazer o que realmente importa - construir relacionamentos significativos com seu público-alvo e gerar mudanças na sociedade. Fecho aqui com dois pensamentos. Primeiro, o meu pesar com as pessoas que, sem poder político ou status corporativo suficiente para parar uma campanha como essa, engoliram em seco suas opiniões para não arcar com as consequências de se manifestarem contra. E depois, a dica de leitura do livro “Purple Cow”, para todos que quiserem se inspirar para criar algo sobre o qual realmente valha a pena falar. Link: https://amzn.to/3JyMzTP
- O Segredo da Dinamarca - Helen Russell
Comecei a estudar a felicidade em 2017, e nunca mais parei. Leio tudo que aparece sobre o assunto, e foi assim que esse livro veio parar na minha estante. A autora de "O Segredo da Dinamarca", Helen Russell, é uma jornalista inglesa que mudou pra Dinamarca quando seu marido foi transferido para lá a trabalho. Ela começou então a estudar o que fazia da Dinamarca o país mais feliz do mundo. As respostas são, no geral, as mesmas que vi por aí: praticar regularmente exercícios físicos, fazer parte de uma comunidade, aprender novas habilidades, ter um hobby fora do trabalho, férias regulares, estrutura e previsibilidade. Coisas que - com maior ou menor esforço - a maior parte de nós (privilegiados aqui no LinkedIn) consegue se organizar para ter. Algumas outras coisas também contribuem para esse nível mais alto de felicidade. Por exemplo, as escolas e creches, além de serem públicas ou subsidiadas, têm horário alinhado com o do fim do expediente no trabalho (menos culpa = mais felicidade), e a licença-maternidade é de 52 semanas, que podem ser divididas entre pai e mãe (mais divisão de tarefas = mais felicidade). Agora o que a Dinamarca tem de mais especial? A resposta parece ser: CONFIANÇA. As pessoas confiam que vale a pena pagar 50% de imposto, porque o Governo vai saber onde alocar. Confiam que podem deixar o carrinho de bebê (com o bebê dentro) do lado de fora do supermercado, porque nada vai acontecer. Confiam que podem trabalhar em equipes e dividir suas ideias com os colegas, porque não vão tentar roubar ou te passar para trás. E por aí vai. E como a autora diz: as pessoas confiarem umas nas outras faz com que se comportem melhor, que faz com que confiem umas nas outras… A Dinamarca tem problemas, como qualquer outro lugar. Algumas estatísticas mostram que é um país com altas taxas de violência contra a mulher (ou talvez as mulheres lá confiem que possam fazer denúncias que são caladas em outra culturas?); é também um país com altas taxas de divórcio (ou talvez as mulheres tenham independência financeira e uma cultura que não estigmatiza o divórcio?). Não sei. Estive em Copenhagen apenas uma vez, como turista (e adorei), mas tudo que aprendi sobre a cultura local foi com livros e artigos. O que é muito legal nesse livro é que ele é um mix de auto-biografia, com estudos científicos, entrevistas com locais e experiências e aprendizados de expatriada sobre a cultura local. Tipo o hygge, algo como ficar dentro de casa à luz de velas e embaixo de cobertores, comendo e bebendo com amigos e família (amo ❤️). Ou o fato de terem um ritual e um bolo para tudo (amo muito ❤️ 🎂 ). Ou os emojis que aparentemente os dinamarqueses adoram usar, talvez para parecer menos frios e diretos 😊 (será que sou dinamarquesa?). Ah, e claro - terem o dia das vacas dançantes (essa eu vou deixar pra vocês descobrirem no livro 🐮 🎵 ). Vale a leitura. Você vai ficar pelo menos um pouquinho mais feliz. Link: https://amzn.to/44gdvRL
- Não Basta Ser Bom, É Preciso Querer Ser Bom - Paul Arden
Apresente o trabalho criativo primeiro. Estava lendo o livro “It’s not how good you are, it’s how good you want to be” (em português, Não Basta Ser Bom, É Preciso Querer Ser Bom) esse final de semana quando me deparei com essa frase acima e comecei a rir. Antes de explicar o porquê, uma breve introdução: Sobre o autor: Paul Arden foi diretor criativo na Saatchi & Saatchi, uma das maiores agências de publicidade do mundo. Responsável por campanhas icônicas como a do jornal “The Independent” - “It is. Are You?”. Sobre o livro: é bem curtinho, pouco mais de 100 páginas, várias delas com imagens ou frases de impacto. Aliás, o livro é mesmo um mix de insights sobre publicidade e frases motivacionais. Talvez a melhore definição seja de um “livro motivacional para publicitários”! Reproduzindo aqui como continua esse trecho do livro: “Apresente o trabalho criativo primeiro. Quantas vezes você se sentou desconfortavelmente em planos de mídia, resultados de pesquisas e estratégias de planejamento quando tudo o que todos querem ver é o trabalho criativo. Tente abrir com o trabalho criativo. Se ele gostar, ouvirá com interesse tudo o que for dito. Se ele não gostar, você estará morto de qualquer maneira e isso encurtará a reunião.” Porque eu ri? Porque lembrei dos papos quase filosóficos que eu tinha a respeito disso com uma pessoa muito querida, que trabalhava comigo liderando a nossa agência in-house numa vida passada não tão distante assim. Talvez diferente da maior parte dos marketeiros, eu gosto de pedir para as agências apresentarem o criativo primeiro. Isso porque eu quero tentar me colocar no lugar do consumidor, que vai ser impactado pela peça sem nenhuma explicação prévia. Se o criativo funcionar sem o racional, você tem uma boa ideia nas mãos. E aí, todo o time de pesquisa, planejamento, mídia, etc, podem brilhar na apresentação, mostrando o caminho que fizeram para chegar na campanha. O livro traz várias outras ideias provocantes. Vou reproduzir aqui só mais uma, que é pra dar mais um gostinho e te levar a comprar o livro! “Para muitas pessoas, o mais importante é ser legal, com o objetivo de ser querido. Há mérito nisso, mas você não deve confundir ser bom com ser querido.” Link: https://amzn.to/3JyxQZ9
- Arrume sua Cama - William McRaven
Livros de autoajuda são sempre um assunto polêmico. De um lado, tem gente que ama: “Esse livro mudou a minha vida!”. Do outro, tem gente que odeia (e usa a classificação até mesmo na tentativa de “ofender” livros de ficção - como aconteceu recentemente na rede vizinha). Pois bem… Apesar de não ser meu estilo favorito (qualquer dia eu conto mais sobre isso por aqui), tem alguns que li e adorei. “Arrume sua cama”, do Almirante William McRaven, é um deles. Não vou mentir - comprei achando que era um livro sobre hábitos, mais na linha da neurociência. Na verdade, a obra é um mix de livro de memórias com um resumo de dez “lições” para a vida. Autoajuda? Sem dúvida! Mas fácil, rápido e gostoso de ler, e com histórias reais de determinação, disciplina e superação vividas por ele e seus colegas no mais intenso treinamento da marinha americana. E se você não gosta desse tipo de livro, tudo bem. Talvez este seja exatamente o livro pra te ajudar a deixar o preconceito de lado. 😉 Link: https://amzn.to/44m79jZ